Os clientes bancários queixaram-se menos durante o último ano. De acordo com o Relatório de Supervisão Bancária referente a 2014, deram entrada 14.157 reclamações contra as instituições financeiras portuguesas, uma quebra na ordem dos 20% face ao registado no ano anterior. 

Depois das 17.911 reclamações registadas em 2013, ano em que tinha havido um aumento 14,8% nas queixas apresentadas pelos portugueses contra as instituições financeiras, no ano passado assistiu-se a uma redução. O Banco de Portugal revela que uma quebra de 20,9% no número de reclamações para níveis de 2011.

"A redução do número de reclamações reflectiu uma diminuição das queixas relativas à cobrança de comissões e a reclamações sobre valores em dívida nos produtos de crédito aos consumidores", diz o Banco de Portugal. A quebra assistiu-se "na generalidade dos produtos, à excepção dos débitos diretos com a conclusão do processo de migração para a SEPA".

Ainda assim, o volume foi elevado. O regulador do sector nota que as queixas foram recepcionadas uma média de 1.180 por mês. Os portugueses apresentaram, em média, 56 reclamações pelos serviços prestados pelos bancos por cada dia útil, nota o Relatório de Supervisão Bancária.

Queixas sobre o BES

No mesmo documento, revelado esta terça-feira, 28 de Abril, o Banco de Portugal refere que além das queixas contabilizadas, recebeu ainda mais 2.590 reclamações "fora do âmbito de competência do Banco de Portugal". Estas queixas registaram um forte crescimento face aos anos anteriores.

Tinham sido contabilizadas 1.778 em 2013 e 1.850 em 2012. O crescimento de 46% em 2014 face a 2013 pode incluir reclamações relacionadas com o colapso do BES, que acabou por ser separado em duas instituições, um "banco bom", o Novo Banco, e o "banco mau", e que foram encaminhadas para as entidades competentes.