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ASF: "Riscos cibernéticos estão a crescer em intensidade e severidade"

O supervisor dos seguros realça que a rápida digitalização está a colocar desafios acrescidos à regulação, nomeadamente ao nível do risco cibernético.

O setor segurador tem ignorado os alertas da ASF, liderada por Margarida Corrêa de Aguiar, para reduzir a concentração das carteiras em dívida.
Pedro Catarino
17 de Novembro de 2021 às 10:38
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A rápida digitalização está a criar desafios aos reguladores do mercado. Para a presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), Margarida Côrrea de Aguiar, a rápida evolução da tecnologia está a levar a um crescimento dos riscos cibernéticos, o que coloca desafios em termos de regulação.

 

"Os riscos cibernéticos estão a crescer: é maior a sua intensidade e severidade", alertou a presidente da ASF, na conferência anual do regulador dos seguros, a decorrer esta manhã no Centro Cultural de Belém (CCB). Para Margarida Corrêa de Aguiar, a rápida evolução da digitalização apresenta simultaneamente oportunidades e desafios, sendo o risco cibernético um dos que merece especial atenção pela parte do setor, numa dupla vertente.

 

"Por um lado, enquanto risco que as próprias empresas de seguros enfrentam e que devem endereçar adequadamente no quadro dos seus modelos de gestão do risco, e por outro lado, enquanto linha de negócio que pode ser explorada", explica o líder do órgão de supervisão dos seguros.

 

A responsável realça ainda que "os benefícios e oportunidades trazidas pelo digital alteram a natureza dos riscos subjacentes e suscitam questões relacionadas com a proteção dos consumidores e a estabilidade financeira".  Assim, "os grandes desafios estão na sua prevenção e no desenvolvimento de um mercado de oferta de seguros para a cobertura destes riscos".

 

"O desfasamento entre a procura e a oferta deste tipo de seguros poderá passar pelo desenvolvimento de pools de dados e de riscos, envolvendo parcerias entre setor público e setor privado", aponta o presidente da ASF.

 

Face a um ambiente marcado por desafios crescentes, quer ao nível da rápida digitalização, quer ao nível da transição energética, Margarida Corrêa de Aguiar destaca que a proteção dos consumidores continua a ser a prioridade e é preciso "garantir que não haverá consumidores excluídos do sistema devido à sua vulnerabilidade e que a simplificação da oferta de seguros não aumenta os seus riscos por não estarem devidamente elucidados sobre as características dos produtos que estão a adquirir e sobre a sua adequação ao seu perfil de risco e necessidades".

 

Promoção da poupança

 

Ao nível da poupança, a responsável do supervisão dos seguros destaca o importante papel do setor na aplicação das poupanças dos portugueses. "A par de alguns produtos do ramo Vida, os fundos de pensões desempenham, também, um papel importante na captação de poupança individual e coletiva para a formação de benefícios complementares na reforma", adianta.

 

Margarida Corrêa de Aguiar lembrou ainda os desafios ao nível da poupança e realçou a necessidade de reforçar o foco na constituição de planos de poupança para a reforma, respondendo a um problema incontornável.

 

"Portugal apresenta um perfil de poupança dos particulares relativamente baixo. De acordo com números de 2017 do Banco Central Europeu, a percentagem de famílias com planos voluntários de pensões/seguros na área do Euro era igual a 28,4%, mais do dobro que em Portugal, que registava 13,2%", remata.

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