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É fundamental uma taxonomia global para clarificar "genuínos" investimentos verdes, avisa ASF

A implementação de uma taxonomia para a sustentabilidade é considerada pela ASF como "fundamental" para evitar o "greenwashing".

António Cotrim / Lusa
17 de Novembro de 2021 às 11:05
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A transição para uma economia mais verde vai marcar a atividade da indústria dos seguros nos próximos anos e vai exigir a participação do setor. Para a presidente da ASF, Margarida Corrêa de Aguiar, é preciso garantir regras e requisitos iguais para todos, que permitam garantir o que são "genuínos" investimentos verdes, evitando o "greenwashing".

"A existência de uma taxonomia para a sustentabilidade, comum a nível global, é fundamental para clarificar o que são genuínos investimentos verdes e assegurar um campo nivelado de atuação", alertou a presidente da ASF, na conferência anual do supervisor que está a decorrer esta manhã no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

 

Para Margarida Corrêa de Aguiar, há ainda trabalho a fazer, quer do lado dos políticos, quer do lado dos reguladores, no campo das finanças sustentáveis.

 

"Em termos prudenciais, a incorporação das alterações climáticas na avaliação dos riscos e na adequação dos capitais será uma realidade, seja do lado das responsabilidades assumidas – políticas de subscrição e de tarifação – seja do lado das políticas de investimento. Os riscos das alterações climáticas serão parte integrante da gestão dos riscos de qualquer empresa de seguros e entidade gestora de fundos de pensões", explica.

 

Assim, a líder da ASF, considera "fundamental encontrar um adequado ponto de equilíbrio entre os requisitos de capital exigidos e os riscos inerentes aos investimentos sustentáveis".

 

Mas, as alterações climáticas têm também impacto nos níveis de proteção dos seguros, uma vez que se perceciona um aumento de fenómenos como catástrofes naturais. "Ao nível da contratação e gestão do risco, o setor segurador promove a proteção das famílias e das atividades económicas face a riscos climáticos. Para um futuro sustentável, os seguros devem contribuir para a redução dos protection gaps existentes".

 

Já do lado do investimento, o setor segurador, enquanto importante investidor institucional, está bem posicionado para canalizar parte das poupanças para produtos com exposição à transição energética e digital.

 

"Em termos de canalização de recursos, e pela dimensão que há pouco referi, os setores dos seguros e dos fundos de pensões são imprescindíveis enquanto investidores institucionais", explica a presidente da ASF.

 

"A sua estratégia de alocação de capital e a forma como essa estratégia influencia a canalização de poupanças para as atividades, tecnologias e empresas ou projetos precursores da transição verde constitui uma fonte fundamental de recursos e financiamento para uma economia sustentável e para a redução do ‘green premium’ que tipicamente as tecnologias verdes denotam face às suas alternativas poluentes", remata.

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