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As explicações do Commerzbank

A CMVM está a analisar uma alegada manipulação das acções da Jerónimo Martins, que na sexta-feira fecharam em queda acentuada. O Commerzbank, emissor dos warrants sobre a JM, explica os procedimentos que tomou e refuta as acusações dos investidores.

22 de Junho de 2007 às 10:50
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Como emitente de produtos estruturados, neste caso de warrants sobre a Jerónimo Martins (JM), o Commerzbank realiza operações de compra e venda do activo subjacente para efeitos de cobertura de risco ("hedging"), nos termos divulgados na nota técnica que instruiu o pedido de admissão dos warrants ao Easynext Lisbon, actividade sujeita à supervisão da CMVM.

As operações de "hedging" são um elemento essencial na emissão destes produtos, que visam assegurar uma posição neutral do emitente face ao risco da evolução do activo subjacente.

Ao realizar operações de "hedging" sobre acções da JM, o Commerzbank não visou lucrar - nem lucrou - com o fecho das acções em queda. Aliás, se o valor das acções tivesse caído abaixo do preço de exercício dos warrants JM, o Commerzbank teria sofrido uma perda. Neste caso, o "hedging" realizou-se da seguinte forma:

1) O número de warrants JM colocados junto de investidores, até à maturidade foi de 270.000;

2) Durante a vida dos warrants, o Commerzbank realizou operações de "hedging", em função da negociação dos warrants JM no mercado: quando vendia "call" warrants, comprava o equivalente em acções, e quando recomprava call warrants, vendia o equivalente em acções;

3) Na maturidade, o Commerzbank tinha um total de 270.000 acções da JM para efeitos de cobertura de risco;

4)A referência para cálculo do montante de liquidação por warrant é o preço de fecho das acções na data de exercício. No caso dos warrants que não sejam exercidos durante a vida do produto, a data de exercício será a data de maturidade. É a prática em quase todos os mercados mundiais de warrants e globalmente aceite por reguladores;

5) A 15/06/07, o Commerzbank introduziu, única e exclusivamente, três ordens de venda de acções da JM, no leilão de fecho do mercado: duas ordens de 100 mil acções e uma de 70 mil. Todas dadas ao melhor preço e tiveram como único propósito desfazer a posição de cobertura do Commerzbank em acções da JM.;

6) A JM fechou a €4,11 e o Commerzbank recebeu €4,11 por acção. Face ao que atrás foi dito, não podem subsistir dúvidas quanto à legalidade e objectivos dos negócios realizados pelo Commerzbank sobre as acções da JM no dia 15/06/07.

Sendo um dos principais participantes do mercado de warrants português, europeu e mundial, o Commerzbank observa os mais elevados padrões de transparência e conduta no exercício da sua actividade, no estrito respeito pelos investidores, afinal os seus clientes.

Hélio da Silva Cláudio, responsável do Commerzbank por Portugal

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