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Arcus pondera vender parte de posição na Brisa
A Arcus Infrastructure Partners está a ponderar vender parte da sua participação na Brisa, avançou a Bloomberg.
A Arcus Infrastructure Partners está a pensar alienar pelo menos parte da posição que detém na Brisa - Autoestradas de Portugal, avançou a Bloomberg citando fontes próximas do processo.
A Arcus, recorde-se, detém diretamente 19,09% do capital da Brisa e o grupo José de Mello 30%. Adicionalmente, a Arcus tem 45% da Tagus – a "joint-venture" com o grupo José de Mello – que controla os restantes 41% do capital.
Este fundo de infraestruturas está assim a trabalhar com consultores no sentido de avaliar uma potencial venda de parte da sua participação, segundo as mesmas fontes. Um potencial negócio poderia avaliar a empresa em pelo menos dois mil milhões de dólares, sublinharam.
Sobre o assunto, fonte oficial da Brisa disse ao Negócios que "não temos conhecimento e não comentamos temas de acionistas".
"Não está ainda claro até que ponto outros acionistas da Brisa disponibilizarão também as suas ações para venda", referiu a Bloomberg.
A possível venda de parte da Brisa irá juntar-se aos 6,2 mil milhões de dólares em aquisições anunciadas em Portugal nos últimos 12 meses, de acordo com os dados compilados pela agência noticiosa.
A Brisa e as suas filiais operam 1.628 quilómetros de estradas em Portugal, incluindo uma rede de 17 autoestradas.
Recorde-se que a Arcus entrou na Brisa em 2011. Foi este fundo e o grupo José de Mello que lançaram a OPA sobre a Brisa a 29 de março de 2012, operação que retirou a empresa de bolsa no ano seguinte.
Desde que deixou de estar cotada em bolsa, em abril de 2013, e até agora, a Brisa entregou aos acionistas mais de 2,5 mil milhões de euros. Um valor que inclui o pagamento de dividendos, pelos resultados líquidos dos exercícios e através da distribuição de reservas, no valor de mais de 1,7 mil milhões de euros, mas também pela redução de capital para a libertação de 810 milhões de euros, numa operação que teve lugar em 2015, ano em que o grupo vendeu 30% da Brisa Concessão Rodoviária (BCR), que gere a sua concessão principal.
Ao Negócios, fonte oficial do grupo liderado por Vasco de Mello salientava recentemente que, no período que se seguiu à OPA lançada em 2012 pela Tagus, "distribuiu um montante médio em linha com o histórico verificável antes da OPA – um valor médio de 186 milhões de euros versus 175 milhões de euros".
No total, até agora – contabilizando os 151 milhões aprovados na assembleia-geral de 6 de maio passado – o grupo distribuiu 1.454 milhões de euros. A este montante soma-se um valor adicional – extraordinário – de 1.071 milhões de euros, que "duas vendas de ativos – 30% da BCR, em 2015, no valor de 767 milhões de euros, e da Northwest Parkway, em 2017, no valor de 304 milhões de euros – permitiram".
(notícia atualizada às 18:47)