O BCP valorizava 4,14%, numa altura em que alguns investidores estão a apostar numa terceira via para a resolução dos problemas de gestão e que poderá passar por uma aproximação ao BPI que sobe 1,22%. O reforço de accionistas para a AG de 27 de Agosto está a ajudar ao "rally". Depois do desbloqueio das acções, Berardo é um dos que está do lado da compra.

As acções do Banco Comercial Português (BCP) [BCP] chegaram a negociar em alta de 4,14% para os 3,77 euros, anulando a totalidade das perdas acumuladas no início da semana.

Operadores contactados pelo Jornal de Negócios dizem que "alguns investidores estão a apostar numa terceira via para a resolução dos problemas de gestão do banco e que poderá passar por uma aproximação ao BPI".

As acções do Banco BPI [BPIN] seguem a negociar em alta de 1,22% para os 6,65 euros.

Depois do BPI ter assumido uma posição pública na assembleia geral (AG) coincidente com a facção que apoia Jardim Gonçalves, o mercado começou a especular sobre uma eventual aproximação entre os dois bancos.

Estas especulações ganharam contornos mais reais quando, em entrevista ao "Público", o fundador do banco mostrou-se favorável a uma maior concentração da banca nacional.

Questionado sobre a possibilidade do BCP e do BPI se juntarem amigavelmente, Jardim Gonçalves afirmou que é a favor "de alguma concentração no sector". "Qual? A máxima", acrescentou numa entrevista publicada no final de Julho.

Um outra justificação aventada para a subida das acções do BCP prende-se com a possibilidade de alguns accionistas de referência continuarem a reforçar as posições com vista a ganhar mais poder na continuação da AG agendada para 27 de Agosto.

Será o caso de Joe Berardo que ontem, em entrevista à SIC Notícias, disse ter estado (ontem) no mercado a comprar acções do BCP.

"O BCP está a subir com o reforço de accionistas a prepararem-se para a próxima AG. Há a possibilidade de poderem contar para a AG as posições adquiridas entretanto e, por isso, há esta movimentação", disse um outro operador citado pela agência Reuters.

Na última AG terão estado presentes cerca de 63% do capital do BCP, mas até agora os advogados continuam a digladiar argumentos sobre a possibilidade das novos acções, entretanto adquiridas, poderem contar para a reunião de 27 de Agosto.

Numa nota enviada ontem à imprensa, o BCP diz que "neste momento, as questões jurídicas e os procedimentos relacionados com a participação na assembleia geral estão a ser objecto de validação formal e serão divulgados de modo apropriado e urgente".

O BCP segue em alta de 3,59% para os  3,75 euros, com mais de 10 milhões de acções transaccionadas. O sector da banca na Europa também segue animado com um ganho de 1,3% (medido pelo índice Dow Jones Europe Stoxx Banks).

A Teixeira Duarte [TXDE], a maior accionista do BCP com quase 10% do capital, segue igualmente em alta, com um ganho de 3,89% para os 3,47 euros.