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AIE volta a baixar projeções para procura global de petróleo em 2022

No relatório mensal sobre o mercado petrolífero, a Agência Internacional de Energia (AIE) reduziu as projeções da procura feitas em abril em 70.000 barris por dia, depois de ter cortado as projeções de março em 260.000 barris.

Filip Singer Lusa-EPA
12 de Maio de 2022 às 10:55
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A AIE reviu hoje ainda mais em baixa a procura global de petróleo para este ano e está confiante que esta e a contribuição adicional dos principais produtores do Médio Oriente evitarão um défice provocado pela queda das exportações russas.

No relatório mensal sobre o mercado petrolífero, a Agência Internacional de Energia (AIE) reduziu as projeções da procura feitas em abril em 70.000 barris por dia, depois de ter cortado as projeções de março em 260.000 barris.

A principal razão é o forte abrandamento do consumo chinês devido a restrições para travar a pandemia, que se traduz em menos 890.000 barris por dia no segundo trimestre do que tinha sido estimado há apenas um mês.

Também pesa nos consumidores de todo o mundo o efeito do aumento do preço do petróleo e, ainda mais, os problemas de abastecimento de alguns combustíveis (como o gasóleo na Europa) devido à paragem das importações das refinarias russas.

No final, a agência estima que o consumo médio mundial de petróleo bruto em 2022 será de 99,4 milhões de barris, ou seja, mais 1,8 milhões de barris do que no ano passado.

Este crescimento tem estado concentrado nos primeiros três meses do ano devido ao levantamento das restrições adotadas para travar a pandemia nas economias avançadas. Nesse primeiro trimestre, o aumento do consumo foi de 4,4 milhões de barris por dia à escala global.

No quarto trimestre, contudo, os peritos da organização preveem que a procura será inferior em 230.000 barris por dia face ao mesmo período do ano anterior.

Parte desta contração é explicada pelo golpe dado à economia russa pelo seu isolamento internacional, que já começou a fazer-se sentir, por exemplo com uma queda de 13% do consumo de querosene para aviões, apesar do aumento das necessidades militares para a invasão da Ucrânia.

O número de voos na Ucrânia caiu de quase 11.000 por dia em fevereiro para apenas 3.000 por dia em abril.

Do lado da produção, as sanções estão a fazer-se sentir na Rússia, embora um pouco menos do que a AIE tinha previsto.

Em abril, segundo os seus dados, Moscovo colocou no mercado 9,1 milhões de barris por dia, menos 900.000 do que em março.

Esta tendência deverá continuar em maio, com um corte de mais 600.000 barris por dia, o que significaria menos 1,6 milhões do que em fevereiro, quando a guerra começou.

A redução poderia ser superior a dois milhões em junho e próxima de três milhões em julho, especialmente se a União Europeia adotar o plano de embargo ao petróleo russo.

Se estes números, sobre os quais existe uma grande incerteza devido à rápida evolução da situação, se confirmarem, a produção russa de petróleo para este ano no seu conjunto poderá atingir em média 9,6 milhões de barris por dia, que seria o mais baixo desde 2004.

A AIE observa que no âmbito do cartel formado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os seus aliados, o principal dos quais é Moscovo, apenas a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos (EAU) têm margens significativas para aumentar a produção este ano e compensar a queda das exportações russas.
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