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Afinal BCE pode antecipar-se à Fed. Cortes de juros nos EUA só em setembro, prevê JP Morgan

Os analistas do banco acreditam que existe a possibilidade de o BCE se antecipar à Fed no corte de juros, prevendo mesmo que as reduções das taxa dos fundos federais nos EUA só arranquem em setembro, quando antes apontavam para maio ou junho.

Elena Domecq, responsável pela equipa de clientes e estratégia para Portugal da JP Morgan Asset Management
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As recentes declarações dos bancos centrais levaram a JP Morgan Asset Management a mudar as perspetivas em relação ao futuro dos juros diretores nos EUA e na Zona Euro.

Se antes antecipava que os cortes de juros diretores pudessem começar já entre maio e junho nos EUA e na Zona Euro, com a Reserva Federal (Fed) norte-americana na frente da corrida da política monetária "dovish", agora este "outlook" mudou. 

"Esperamos que o primeiro corte de juros diretores da Fed seja em setembro, sendo possível o BCE optar por fazer um corte antes", antecipa Elena Domecq, responsável pela equipa de clientes e estratégia para Portugal da JP Morgan Asset Management (JPMAM), durante um encontro com os jornalistas. 

Ainda assim, a especialista acredita que depois haverá um "cenário de convergência" de política monetária de ambos os bancos centrais, e mantém a previsão de que ambas as autoridades monetárias devem realizar entre "dois a três cortes" das taxas de referência este ano. 

Em termos do PIB, a JPMorgan Asset Management aponta para um crescimento económico global (incluindo na China), ainda que a um nível moderado.

"O nosso cenário base é que se verifique um ‘soft landing’ [aterragem suave], e portanto, um crescimento global positivo, mas mais moderado do que vimos até agora, podendo o desemprego crescer suavemente", considera Elena Domecq.

No caso concreto da Zona Euro, a expectativa da gestora é que a região "mantenha a recuperação que se verificou o ano passado".

No entanto, Elena Domecq salvaguarda que não se trata "de uma mudança na atividade económica, mas de evitar um cenário de recessão, porque as condições financeiras estão a melhorar, assim como a indústria". Além disso, "a inflação real está a cair", acrescenta.

Paralelamente, é preciso ter em conta que "ao contrário dos EUA, onde foram gastas as poupanças, [na Zona Euro] houve mais cautela" e que "ainda há o tema orçamental do programa NextGeneration EU", do qual faltam ainda ser deseembolsadas várias tranches substanciais.

Além disso, "a inflação real está a cair", acrescenta. A expectativa da JPMorgan Asset Management é que "a inflação continue a tendência de descida, mas não de forma linear".

Perante este "outlook" a gestora norte-americana assume uma perspetiva neutra para as ações europeias, estando mais inclinada para os títulos dos EUA. Já no que diz respeito à dívida e ao crédito, a JPMorgan AM prefere o crédito com grau de investimento de qualidade.  


(Notícia atualizada às 11:24 horas). 
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