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A semana em oito gráficos: tensão a Oriente pressiona ações e puxa o brilho aos metais preciosos
Os investidores dividiram as atenções entre o Oriente, de olhos postos nos ataques recíprocos entre Irão e Israel, e o Ocidente - depois de o presidente da Fed, Jerome Powell, ter sinalizado que os cortes de juros ainda poderão demorar.
Maré vermelha no mercado acionista
Os principais índices europeus (à exceção do espanhol IBEX), assim como o norte-americano S&P 500, terminaram a semana em terreno negativo, tendo o “benchmark” europeu Stoxx 600 desvalorizado mais de 1%. O apetite pelos ativos de risco reduziu-se, numa altura em que os investidores acompanharam a escalada das tensões no Médio Oriente, após os ataques recíprocos do Irão e de Israel.
PSI cede com energia a pesar
Depois de na semana anterior ter subido mais de 1%, a principal montra da bolsa de Lisboa, o PSI, terminou em terreno negativo, com sete cotadas no verde, outras sete no vermelho e duas inalteradas. Entre os vários setores, as cotadas da energia foram as que mais pressionaram o principal índice nacional.
Jerónimo Martins cai antes das contas
Cerca de uma semana antes de apresentar resultados, a Jerónimo Martins foi – entre os pesos pesados do PSI – a cotada que registou a queda mais expressiva, ao perder 2,58%. Ainda assim, o maior tombo foi da Mota-Engil, que afundou quase 6%, numa altura em que as ações dão sinais de correção, perante os fortes ganhos da construtora desde o início de abril. Por outro lado, a Navigator foi a que mais subiu, numa altura em que os investidores se mantêm atentos à oferta pública de aquisição (OPA) da papeleira sobre a britânica Accrol.
“Guidance” da Adidas desencadeia “sprint” das ações
As ações da marca desportiva dispararam mais de 14%, depois de a empresa ter anunciado que espera obter um lucro operacional de 700 milhões de euros este ano, uma subida significativa quando se compara este montante com a perspetiva inicial de 500 milhões de euros. No ano passado, a empresa registou um prejuízo de 75 milhões de euros. Por outro lado, a Wise perdeu mais de 14%, após a “fintech” britânica ter reportado receitas anuais (referentes a 2023) que ficaram abaixo do esperado pelos analistas.
United Airlines voa com “outlook” positivo
A United Airlines terminou a sessão desta sexta-feira em máximos de mais de três anos, após anunciar que prevê lucrar entre 3,75 dólares a 4,25 dólares por ação, no trimestre em curso, acima dos 3,73 dólares projetado pelo consenso dos analistas, compilado pela Bloomberg. Já a Tesla destacou-se do lado das perdas, numa altura em que os investidores se preparam para conhecer as contas trimestrais da fabricante automóvel.
Tom “hawkish” de Powell sustenta dólar
"Os dados recentes mostram que tem havido pouco progresso" no combate à inflação. Estas palavras foram proferidas pelo presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana e acabaram por sinalizar que o banco central ainda pode demorar a cortar os juros diretores. Este tom “hawkish” de Powell sustentou o dólar contra os seus principais pares: o euro, a libra e o iene.
Tensão a Oriente puxa brilho a metais preciosos
Numa altura em que o mercado se mantém atento à escalada da tensão entre o Irão e Israel, numa altura em que este último Estado mantém a ofensiva na Faixa de Gaza, o ouro desempenhou o seu papel de ativo-refúgio tendo escalado mais de 2%. A prata acompanhou este tendência positiva, ao registar uma valorização na mesma ordem de grandeza.
Juros agravam-se de olhos postos nos bancos centrais
As “yields” das dívidas soberanas na Zona e dos EUA com maturidade a 10 anos agravaram-se de forma expressiva, numa altura em que os investidores estão menos otimistas sobre a brevidade dos cortes dos juros diretores nos EUA, havendo mesmo quem aponte para a possibilidade de o Banco Central Europeu (BCE) se antecipar ao seu homólogo norte-americano na redução das taxas de referência.