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A menina que carrega a soja nos braços

O fenómeno climático La Niña está a fazer subir os preços da soja nos mercados norte-americanos, devido à possibilidade de perturbação nas colheitas, sobretudo a do Brasil.

Bloomberg
16 de Setembro de 2017 às 14:00
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Os contratos de futuros da soja para entrega em Novembro têm estado a ganhar terreno na bolsa de mercadorias de Chicago. Ontem, 15 de Setembro, chegaram a subir perto de 2%, negociando nos 9,77 dólares por alqueire.

 

E o que está a animar a negociação desta oleaginosa? Um fenómeno climático chamado La Niña, que se traduz na diminuição da temperatura de superfície das águas do Oceano Pacífico.

 

Atendendo a que o clima é um factor preponderante para a agricultura, com o calor ou chuva em excesso a penalizarem as colheitas, a perspectiva de um arrefecimento do Oceano Pacífico, numa região que abrange a América do Sul, provocado pelo La Niña, está a impulsionar a soja. E isto porque poderá mexer com produtores muito importantes, como o Brasil.

 

Com o La Niña, as alterações significativas nos padrões de precipitação e temperatura levam, por norma, a uma penalização das colheitas no Hemisfério Sul – sendo, pois, um dos potenciais factores de subida dos preços das matérias-primas agrícolas mais atingidas, como, neste caso, a soja brasileira.

 

O actual arrefecimento das temperaturas no Oceano Pacífico pode aumentar, de facto, os riscos de tempo mais seco nas colheitas brasileiras entre Outubro e Fevereiro, referiu esta semana a Climate Impact Co., citada pela Bloomberg. "O Brasil está neste momento com um padrão climático seco e o La Niña deverá mantê-lo, o que será um problema para as plantações", sublinhou a empresa especializada em fornecimento de serviços de previsão e avaliação do tempo.

 

Além disso, ainda na América do Sul, temos a Argentina a deparar-se também com a perspectiva de fortes chuvadas, o que adia a época de sementeiras.

 

Esta "menina" pode também impulsionar a formação de furacões no Atlântico Norte, como tem estado a acontecer.

 

O La Niña, recorde-se, tem um irmão gémeo que provoca efeitos opostos. Chama-se El Niño e é um fenómeno climático de carácter atmosférico-oceânico em que há um aquecimento anormal das águas superficiais e sub-superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, ressoando nos padrões atmosféricos de todo o mundo.

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