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2018 terá maior subida dos juros em 12 anos

Economistas antecipam viragem na política monetária, com os juros nas economias desenvolvidas a subirem para, pelo menos, 1% em média.

No dia 9 de Fevereiro, a Europa acordou em sobressalto. Os mercados bolsistas estavam a 'derreter' e a fuga de capitais para os refúgios - ouro e dívida alemã - dava sinais de que o caso era sério. No final do dia, os piores cenários confirmaram. O índice bolsista de banca perdeu quase 30%, as quedas da bolsa oscilavam entre os 18,5% de Frankfurt e os quase 40% de Atenas, com os índices a regressarem à década de 90. O receio em torno da fragilidade financeira da Europa, com o Deutsche Bank à cabeça, assustou muita gente. Dois dias depois, a tempestade desapareceu do mapa.
Bloomberg
11 de Dezembro de 2017 às 13:52
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2018 vai marcar um ponto de viragem na política monetária, a nível global, com a maior subida dos juros desde 2006. O alerta é dos economistas de Wall Street que, segundo a Bloomberg, estão a dizer aos investidores para se prepararem para o maior "aperto" da política monetária em mais de uma década.

Numa altura em que a economia mundial vive o seu melhor período desde 2011, o Citigroup e o JPMorgan antecipam que os juros médios nas economias desenvolvidas vão subir para, pelo menos, 1% no próximo ano, o que representa o aumento mais expressivo em 12 anos.

"2018 será o ano em que teremos um verdadeiro aperto", afirma Ebrahim Rahbari, director de Economia Global do Citigroup em Nova Iorque, citado pela agência noticiosa. "Continuaremos no caminho actual, em que os mercados financeiros conseguem lidar bastante bem com a política monetária, mas no final do ano, ou em 2019, a política monetária poderá tornar-se um dos factores complicados".

No que respeita ao alívio quantitativo (quantitative easing), que faz dez anos nos Estados Unidos em 2018, a Bloomberg Economics antecipa que as compras mensais de activos pela Fed vão descer de 126 mil milhões de dólares em Setembro para 18 mil milhões no final de 2018.

Uma perspectiva mais clara sobre o rumo da política monetária poderá formar-se esta semana, altura em que decorrerão as últimas reuniões de 2017 dos mais importantes bancos centrais do mundo, incluindo a Reserva Federal dos Estados Unidos, o Banco Central Europeu, o Norges Bank, o Banco de Inglaterra e o Swiss National Bank.

O grande destaque será a reunião de dois dias da Reserva Federal norte-americana, finda a qual o banco central deverá anunciar a terceira subida dos juros este ano. A instituição liderada por Janet Yellen deverá anunciar um aumento da taxa directora de 0,25 pontos base para o intervalo entre 1,25% e 1,5%.

Na quinta-feira, o Banco de Inglaterra, o BCE e o banco central da Suíça deverão manter os juros inalterados, de acordo com as estimativas dos economistas.

 

O Citigroup espera que a Fed e o banco central do Canadá anunciem três subidas dos juros em 2018 e o Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia, Suécia e Noruega apenas uma. Já o JPMorgan prevê quatro aumentos por parte da Fed, o mesmo número antecipado pelos economistas consultados pela Bloomberg na mais recente pesquisa.

A suportar estas estimativas está a previsão de que a economia mundial vai crescer cerca de 4% em 2018, o melhor desempenho desde 2011.  

O Fundo Monetário Internacional prevê que a taxa de inflação nas economias avançadas suba para 1,7% no próximo ano – o nível mais alto desde 2012, mas ainda abaixo da meta de 2% dos bancos centrais. 

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