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Procuradores pedem que ex-CEO da Binance seja condenado com o dobro da pena prevista
A diretrizes do Departamento de Justiça recomendam aos procuradores, que neste tipo de casos, peçam ao juiz uma pena de prisão efetiva que não ultrapasse os 18 meses, mas tratando-se do fundador da maior plataforma cripto do mundo, os procuradores querem que CZ fique preso três anos.
O Ministério Público nos EUA quer que o fundador e ex-CEO da Binance, Changpeng Zhao (CZ), cumpra uma pena de três anos de prisão, acima dos 18 meses previstos nas diretrizes do Departamento de Justiça dos EUA, depois de o empresário se ter declarado culpado de violar as normas que combatem o branqueamento de capitais.
A notícia é avançada pela Reuters, que cita o pedido dos procuradores norte-americanos, o qual justifica a pena com a dimensão destes alegados crimes – cometidos através da maior plataforma de criptomoedas do mundo – e com a necessidade de passar uma mensagem à opinião pública de que "a escolha certa, sempre, é cumprir a lei".
"Changpeng Zhao tomou a decisão de violar a lei dos EUA, de forma a atrair mais utilizadores [para a Binance], construir a sua empresa e encher os bolsos", acrescenta a petição dos procuradores.
Já do lado da defesa de CZ, o pedido é de que o juiz condene o fundador da Binance a liberdade condicional. O magistrado Richard Jones promulga a sentença no próximo dia 30 de abril.
O CEO da Binance, Changpeng Zhao (CZ), aceitou declarar-se culpado de crimes de lavagem de dinheiro e pagar uma multa de 50 milhões de dólares, cerca de 45,7 milhões de euros ao câmbio atual, numa audiência que decorreu esta terça-feira num tribunal federal em Seattle, avança a Bloomberg.
Zhao aceitou igualmente abandonar a liderança da Binance, como parte de um acordo com o Departamento do Tesouro norte-americano e da Commodity Futures Trading Commission (CFTC), tendp sido substituido por Ricard Teng.
Já a Binance, maior plataforma de criptomoedas do mundo, declarou-se culpada das acusações e aceitou pagar uma coima de 4,3 mil milhões de dólares (3,9 mil milhões de euros).
A Binance era acusada de lavagem de dinheiro, fraude bancária e violação de sanções internacionais, em concreto o incumprimento das sanções impostas pelos EUA contra a Rússia e o Irão.
De acordo com a acusação, entre agosto de 2017 e outubro do ano passado, a Binance e o seu CEO estiveram envolvidos num "esforço deliberado e calculado" para lucrar no mercado dos EUA sem implementar os mecanismos de controlo exigidos pela lei norte-americana.