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Júri precisou de menos de cinco horas para considerar ex-CEO da FTX culpado
Sam Bankman-Fried, ex-CEO da colapsada FTX, foi esta quinta-feira considerado culpado de vários crimes de fraude pelos jurados no julgamento que decorre em Nova Iorque.
O julgamento daquele que era considerado um dos "reis" dos criptoativos decorreu ao longo de um mês em Manhattan.
A espiral descendente da FTX começou quando uma notícia da publicação especializada CoinDesk gerou dúvidas sobre a saúde financeira da Alameda Research, o braço de análise da FTX. Ao contrário do que acontece com os bancos, as plataformas de negociações de criptoativos têm de deter fundos de clientes num rácio de um para um – ou seja, por cada dólar depositado, é preciso ter um dólar para o caso de ser retirado.
A CoinDesk revelou que parte significativa do balanço da Alameda Research era composta por FTT, a criptomoeda da própria empresa. As preocupações sobre as ligações entre as duas empresas irmãs levaram a uma onda de levantamentos de capital da FTX. Segundo a acusação do Departamento norte-americano de Justiça, a plataforma não teve liquidez para dar resposta aos pedidos dos clientes porque tinha usado depósitos dos clientes para financiar a Alameda Research.
O Departamento de Justiça dos EUA, a Securities and Exchange Commission (SEC) e a Commodities and Futures Trading Commission (CFTC) lançaram investigações e, um mês depois de a FTX declarar falência, Sam Bankman-Fried foi detido nas Bahamas, onde estava sediada a empresa, e extraditado para os EUA.
O fundador e ex-CEO é alvo de 13 acusações criminais, das quais sete foram agora a julgamento nesta primeira fase. Haverá uma segunda que está marcada para março de 2024 e a estas juntam-se ainda processos civis.
No início do ano, Sam Bankman-Fried declarou-se inocente de sete acusações de que foi alvo por parte dos procuradores, que envolvem suborno de autoridades chinesas para desbloquearem as contas da Alameda Research, novos crimes de fraude e violação das normas que regem as doações a partidos políticos nos EUA, fraude bancária ou lavagem de dinheiro.