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Afeganistão prende "traficantes" de criptomoedas. Vinte empresas encerradas, 13 detidos

O banco central proibiu a transação de criptomoedas no país, numa altura em que estes ativos ganham cada vez mais destaque entre os afegãos, já que permitem contornar as sanções e esconder a riqueza do regime.

Paula Bronstein/Getty Images
26 de Agosto de 2022 às 12:53
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"Haram". É esta a palavra que define as criptomoedas para os líderes religiosos afegãos.

Classificados como produtos financeiros, baseados na incerteza e sedimentados na especulação, foram proibidos este mês pelo Banco Central do Afeganistão. A decisão da instituição surge numa altura em que as cripto ganham cada vez mais peso, já que são uma forma de os cidadãos do país poderem contornar as sanções impostas ao Afeganistão e preservar a riqueza fora do domínio talibã.

 

As autoridades executaram a ordem do banco central e já começaram a prender o que apelidaram de "traficantes" de criptomoedas, pessoas que transacionam tokens, apesar da proibição do banco central, revelou fonte oficial da polícia afegã à Bloomberg.

 

"O banco central emitiu uma ordem para impedir todos os que negoceiam com moedas digitais fraudulentas, como é comummente chamada a bitcoin", explicou Shah Saadaat, responsável pelo departamento de investigação criminal da sede da polícia em Herat, em declarações por telefone à Bloomberg.

 

Até agora, já foram presas 13 pessoas na região, a maior parte foi colocada em liberdade sob fiança.

Na mesma região foram ainda encerradas 20 empresas relacionadas com o setor cripto. Herat é a terceira maior cidade do Afeganistão e um centro de negociação de criptomoedas. Quatro das seis corretoras de criptomoedas no Afeganistão estão localizadas na cidade, a cerca de 121 quilómetros da fronteira iraniana.

 

Em fevereiro, os talibãs anunciaram que iriam estudar o funcionamento do mercado cripto, de forma a saber se este podia ser permitido no âmbito das práticas financeiras islâmicas. O anúncio sucedeu a proibição de negociação de câmbio no país.

 

Apesar da incerteza que rodeia as cripto, vários países muçulmanos decidiram adotar uma postura mais branda em relação a este mercado, que conta com uma capitalização de perto de mil milhões de dólares, Nos Emirados Árabes Unidos é permitida a negociação cripto no Dubai, enquanto o Barém tem apoiado os ativos digitais desde 2019.

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