Notícia
Montepio entra na "guerra dos spreads" e desafia grandes bancos
O banco liderado por Dulce Mota apresentará nos próximos seis meses uma margem promocional que o colocará entre as melhores ofertas do mercado. É o quarto banco a mexer no "spread" este ano.
A "guerra dos spreads" não dá sinais de abrandamento e acentuou-se neste início de ano. Em menos de dois meses, quatro bancos já reviram em baixa a margem mínima cobrada aos clientes no crédito à habitação. E outros lançaram campanhas de promoção deste produto. O último banco a avançar com alterações é o Montepio, que bate as ofertas dos cinco maiores ganhos nacionais, mas apenas durante 175 dias.
BPI, Crédito Agrícola e Santander Totta desceram a margem mínima cobrada aos seus clientes no crédito à habitação, nas últimas semanas. Agora, o Montepio vai seguir o mesmo caminho, deixando de ser a instituição financeira com a taxa de juro mais elevada do mercado. Desce o "spread" mínimo de 1,50% para 1,175%. Abaixo, situam-se apenas o Bankinter (1,00%) e o Banco CTT (1,10%). Este último lançou recentemente uma campanha publicitária sobre a sua oferta de crédito para a compra de casa, reforçando a sua aposta neste segmento.
Este movimento deixa o EuroBic com a taxa de juro mais alta: 1,49%. E representa, do ponto de vista da taxa de juro, uma oferta mais vantajosa do que a dos cinco maiores bancos nacionais: Santander Totta (1,20%), BCP, BPI e Novo Banco (1,25%) e CGD (1,30%).
Contudo, este "spread" resulta de uma campanha publicitária para celebrar os 175 anos do banco. Nesse sentido, decorre durante 175 dias, pelo que termina a 30 de setembro. Depois disso, o banco deverá revelar qual será o seu novo "spread" mínimo. Mas os clientes que contratem empréstimo neste período terão estas condições durante todo o prazo do contrato.
Para que os clientes consigam este "spread" mínimo de 1,75%, podem subscrever um conjunto de produtos ou serviços exigidos pelo banco ou passar a ter o pai ou a mãe como cliente habitual do banco.
Esta movimentação agressiva do Montepio ocorre depois de, em setembro, Carlos Tavares, ter dito que não via margem para baixar o "spread". Questionado se havia margem para uma maior descida da sua margem mínima que estava nos 1,5% desde o início do Verão, o então presidente do banco e atual "chairman" defendeu que a diminuição do "spread" além dos níveis actualmente em vigor "deixa pouco espaço para remunerar capital e risco".
Carlos Tavares frisou que não é apenas o "spread" que conta na concessão de crédito, dizendo que há outros bancos que baixam o "spread", mas acabam por ter taxas efectivas globais mais elevadas.