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Juros no crédito à habitação sobem para 3,97%. Montante reduz-se em todas as finalidades

A taxa de juro no crédito ao consumo e outros fins está em máximos de oito anos. O montante decresceu em todas as finalidades, refletindo menor dinamismo do mercado de crédito, alerta o Banco de Portugal.

A falta de habitação acessível é um problema transversal a vários países da União Europeia.
João Cortesão
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A taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação concedidos com taxa variável em abril, onde se incluem as renegociações que não resultaram de incumprimento, continuaram a subir, ascendendo a 3,97% (3,86% em março), revelou esta segunda-feira o Banco de Portugal (BdP).

Portugal está acima da média da Zona Euro que é de 3,48%.

A taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação concedidos com taxa variável em abril foi de 3,98% (3,83% em março) e os novos empréstimos a taxa fixa reduziram-se 0,05 pontos percentuais para 4,23%, voltando assim a reduzir-se o diferencial entre as duas taxas.

Explica o BdP que "em abril, existiu maior dispersão nas taxas de juro aplicadas aos novos empréstimos contratualizados a taxa variável: a 80% destes contratos foi aplicada uma taxa de juro entre 3,35% e 4,64%, enquanto 80% dos empréstimos a taxa fixa foram contratualizados a taxas entre 3,92% e 4,85%", o que indica um período de sobreposição de taxas.

Os bancos concederam 1.793 milhões em novos empréstimos para habitação às famílias no quarto mês do ano, uma descida de 730 milhões face a março. Deste montante 88% foi para habitação própria permanente, 6% para habitação secundária e 7% para obras.

Por tipo de taxa e exclusivamente nos novos empréstimos à habitação própria permanente, a maioria foi concedida de forma variável (75%), sendo que 16% foi de forma mista e 9% fixa.

Já por tipo de indexante, a proporção dos montantes de novos empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável concedida com uma Euribor a seis meses foi de 58%, a 12 meses de 25% e a três meses de 14% e cerca de 2% usando outras taxas de referência.

Prestação continua a subir e atinge 372 euros

A prestação média mensal do stock de empréstimos para habitação própria permanente fixou-se em 372 euros em abril e sobe, pelo menos, há 17 meses consecutivos.

Cerca de 75% dos contratos de crédito à habitação própria permanente têm uma prestação mensal inferior, ou igual a 455 euros.

Total de empréstimos às famílias desce para 1.793 milhões em abril

Os bancos concederam 1.793 milhões de euros em novos empréstimos às famílias em abril, inferior em 730 milhões ao registado em março. "Esta diminuição foi transversal a todas as finalidades — habitação, consumo e outros fins —, refletindo um menor dinamismo do mercado de crédito relativamente ao observado nos meses anteriores", detalha o BdP.

A maioria foi concedida para habitação, 1.269 milhões, sendo que 380 milhões foram para consumo e 144 milhões para outros fins.

Especificamente nos empréstimos ao consumo, a taxa de juro média foi de 8,69%, face a 8,43% em março. Já a taxa de juro médio dos novos empréstimos para outros fins foi de 5,18% (5,04% em março). "As taxas associadas ao crédito ao consumo e a outros fins foram as mais elevadas dos últimos oito anos", indica o Banco de Portugal.

No caso dos novos empréstimos às empresas o montante desceu para 1.531 milhões de euros, mais 775 milhões do que em março. Já a taxa de juro média aumentou de 5,11% para 5,13%

"Esta subida reflete o aumento da taxa de juro média dos empréstimos até um milhão de euros (de 5,27% para 5,44%), apesar da descida verificada nos empréstimos acima de um milhão de euros (de 4,97% para 4,76%)", salienta o supervisor.

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