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Crédito malparado das famílias volta a aumentar em Julho

Os bancos tinham, no final de Julho, quase 5,4 mil milhões de euros em crédito de cobrança duvidosa das famílias, revelou o Banco de Portugal. Depois da queda registada em Junho, o malparado voltou a aumentar.

Bruno Simão/Negócios
08 de Setembro de 2015 às 12:07
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O crédito de difícil recuperação junto das famílias ascendia a 5,39 mil milhões de euros, no final de Junho, de acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal esta terça-feira, 8 de Setembro. Este montante representa 4,44% do total de financiamento a particulares. Uma percentagem que supera os 4,42% atingidos um mês antes, mas que fica abaixo dos 4,45% fixados em Maio (a percentagem mais elevada de sempre).


É no crédito à habitação que o montante de malparado é mais elevado. Chega aos 2,54 mil milhões de euros, ou seja, 2,55% do total de financiamento para este fim. Também neste segmento se verificou um aumento face aos 2,54% atingidos em Junho.


Quanto ao crédito ao consumo, o montante dado como de difícil recuperação voltou a superar os 1,3 mil milhões de euros. Um montante que representa 10,93% do total de crédito concedido para o consumo. Em Junho, a percentagem de malparado neste segmento era de 10,86%.


Mas é no crédito para outros fins, que inclui empresários por conta própria, educação e energia, que a percentagem de malparado é mais expressiva: atinge 15,97%. Superou os 15,86% fixados um mês antes, mas aquém dos 16% atingidos em Abril e Maio. Os bancos têm 1,55 mil milhões de euros em crédito malparado neste segmento.


Quanto às empresas, o crédito de difícil recuperação ascendia a 13,47 mil milhões de euros, no final de Julho. Um total que representava 15,93% do financiamento concedido, acima dos 15,72% atingidos um mês antes.


Somando os dados relativos às famílias e empresas, os bancos tinham em carteira 18,87 mil milhões de euros em crédito de difícil recuperação, mais 64 milhões de euros do que um mês antes.


Estes dados revelam que as famílias continuam a apresentar dificuldades em cumprir com as suas obrigações junto das instituições financeiras, apesar dos sinais de recuperação da economia. Quando é que o malparado poderá começar a diminuir? "Possivelmente quando o mercado de emprego melhorar de forma mais notória. Está dependente não só da evolução do emprego como também do factor remuneração", explicou ao Negócios Paula Carvalho, economista chefe do BPI.

"A recuperação da actividade económica, que se tem vindo também a traduzir numa melhoria da situação do mercado laboral (no segundo trimestre de 2015 a taxa de desemprego caiu para mínimos desde o quarto trimestre de 2010), deverá traduzir-se, a médio prazo, numa redução do crédito malparado nas empresas e nos particulares", considera Rui Bernardes Serra, economista chefe do Montepio.

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