Notícia
Crédito ao consumo em máximos de três anos e meio
O montante acumulado em crédito ao consumo continua a aumentar, tendo atingido no último mês o valor mais elevado em três anos e meio. Já na habitação, apesar das novas operações, o "stock" de crédito continua a baixar.
As instituições financeiras têm vindo a reforçar a aposta na concessão de crédito, numa tentativa de aumentar a sua rentabilidade e driblar o ambiente de taxas de juro negativas. O aumento do financiamento é mais visível no crédito ao consumo, onde o saldo acumulado atingiu, em Novembro, o valor mais elevado em três anos e meio, de acordo com os dados do Banco Central Europeu (BCE).
À semelhança do que aconteceu no mês anterior, o montante acumulado em crédito ao consumo atingiu 13,92 mil milhões de euros, o valor mais elevado desde Junho de 2012, altura em que esta rubrica superou os 14 mil milhões. O "stock" acumulado em crédito que tem como finalidade o consumo aumentou, assim, pelo oitavo mês consecutivo, a reflectir o crescimento da concessão de novo financiamento para esta finalidade.
O valor dos contratos de crédito ao consumo atingiu, em Outubro, os 511,9 milhões de euros, abaixo dos 513,6 milhões registados um mês antes, avança um comunicado do Banco de Portugal, divulgado este mês. E a expectativa é que estes valores permaneçam em níveis elevados, nomeadamente nos últimos meses do ano, marcados por um aumento da procura por este tipo de crédito.
Já o montante acumulado em empréstimos para a aquisição de habitação desceu, em Novembro, para 95.541 milhões de euros, menos 162 milhões de euros que os 95.703 milhões financiados em Outubro. De acordo com os números do Banco Central Europeu (BCE), este é o segundo mês em que o "stock" de crédito à habitação encolhe e trata-se do valor mais baixo desde Abril de 2007.
Esta quebra do saldo do crédito à habitação ocorre, porém, num momento em que os bancos estão a aumentar a aposta no crédito à habitação, através da descida dos "spreads" aplicados nos novos créditos para comprar casa. Várias instituições reduziram nos últimos meses o valor cobrado nestes empréstimos, numa tentativa de seduzir mais clientes.
Apesar da maior disponibilidade dos bancos para conceder financiamento para a compra de casa, os juros negativos têm permitido às famílias uma elevada amortização do capital em dívida, que mais do que compensa as novas operações.