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Crédito à habitação tem melhor arranque de ano desde 2010

Os bancos emprestaram mais de 1.300 milhões de euros nos primeiros dois meses do ano, de acordo com os dados do Banco de Portugal.

10 de Abril de 2018 às 11:48
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As novas operações de crédito à habitação ascenderam a 676 milhões de euros, em Fevereiro, revelam os dados do Banco de Portugal. Um montante que eleva para 1.310 milhões de euros o montante concedido no acumulado do ano. Trata-se do melhor arranque de ano desde 2010, quando foram emprestados 1.524 milhões de euros.

O crédito à habitação continua a viver um período de forte dinamismo. O montante das novas operações concretizadas no arranque de 2018 revela um abrandamento face aos valores emprestados no final de 2017 mas, ainda assim, está claramente acima do dinheiro que foi concedido nos períodos homólogos. As novas operações dos primeiros dois meses deste ano representam um aumento de 21% face ao mesmo período de 2017.

O mês de Fevereiro foi, aliás, marcado por novidades relativamente à oferta dos bancos neste segmento do crédito para a compra de casa. Primeiro a CGD, depois o Crédito Agrícola e, por fim, o EuroBic. O banco público, que há três anos não mexia na taxa de juro, arrancou o ano com uma campanha, na qual oferecia um "spread" promocional de 1,60%, inferior aos 1,75% que constavam da sua oferta base. E, em Fevereiro, acabou mesmo por descer a margem para 1,50%, igualando o "spread" de BPI e Novo Banco.

O Crédito Agrícola também desceu a taxa de juro de 1,75% para 1,40%, uma das mais baixas do mercado. E o EuroBic foi o último a avançar com uma redução de 1,65% para 1,49%, uma taxa que fica ligeiramente abaixo da oferecida por três dos maiores bancos nacionais (CGD, Novo Banco e BPI). Com estas alterações, o "spread" médio entre os principais bancos nacionais caiu em 5,2%, desde o início do ano. No arranque de 2018 era de 1,47% e é agora de 1,39%. Estes são os "spreads" mais baixos desde meados de 2010. 


E o crédito à habitação continua a ser o grande impulsionador das operações de financiamento às famílias. Mais de metade (57%) do dinheiro emprestado, em Fevereiro, foi para este fim. As famílias captaram 1.182 milhões de euros junto dos bancos. Um montante que elevou para 2.293 milhões de euros o total desde o início do ano. Também neste caso foi o melhor arranque de ano desde 2010,


Quanto ao crédito ao consumo, foram emprestados 358 milhões de euros, mais do que os 342 milhões de euros concedidos um mês antes. Nos primeiros dois meses do ano, foram emprestados 700 milhões de euros. Desde 2004 que os bancos nacionais não emprestavam tanto dinheiro para este fim nos primeiros dois meses do ano.


Para outros fins, foram emprestados 148 milhões de euros elevando para 283 milhões de euros o montante concedido nos primeiros dois meses do ano. Um máximo desde 2012.


E, como tem acontecido nos últimos meses, o crédito às empresas não tem acompanhado o dinamismo que se verifica nos empréstimos às famílias. Em Fevereiro, os bancos nacionais emprestaram 1.843 milhões de euros a sociedades não financeiras, o valor mais baixo desde Fevereiro do ano passado. No mês anterior, em Janeiro, tinham sido concedidos 2.948 milhões de euros.


Ainda assim, este montante representa um aumento de 17% face aos primeiros dois meses do ano passado. É o melhor arranque de ano desde 2015.


Por tipo de empresas, foram concedidos, em Fevereiro, 1.189 milhões de euros a pequenas e médias empresas (operações até um milhão de euros), menos do que os 1368 milhões de euros emprestados em Janeiro. Trata-se do valor mais baixo desde que estes dados começaram a ser publicados, em Janeiro de 2003.


Já as grandes empresas (operações acima de um milhão de euros) captaram 654 milhões de euros. Menos de metade dos 1.580 milhões de euros concedidos em Janeiro. É o valor mais baixo desde Fevereiro de 2017.


(Notícia actualizada às 12:20 com mais informação)

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