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Crédito à habitação regista melhor arranque de ano em nove anos
O Banco de Portugal arrancou o ano em queda. As novas operações desceram face a dezembro. Ainda assim, foi o melhor mês de janeiro desde 2010.
Tal como aconteceu em todos os anos desde que o Banco de Portugal começou a recolher estes dados, em 2003, janeiro trouxe uma queda nas novas operações de crédito à habitação face ao mês de dezembro. Em regra, os primeiros meses do ano são marcados pelos valores mais baixos do novo crédito para a compra de casa.
Ainda assim, se a comparação for homóloga, o montante emprestado no primeiro mês de 2019 representou um aumento de 17,8% face ao período homólogo. Este foi mesmo o melhor mês de janeiro desde 2010, quando foram emprestados 771 milhões de euros.
Em julho do ano passado, entraram em vigor as recomendações do Banco de Portugal, de acordo com as quais os bancos devem aplicar alguns limites nas novas operações de crédito à habitação e ao consumo. Estes limites dizem respeito ao prazo dos financiamentos, à taxa de esforço das famílias e ao montante emprestado face à avaliação do imóvel.
Nos meses de Verão, verificou-se uma queda nas novas operações de financiamento, mas os três últimos meses do ano passado trouxeram novamente mais dinheiro para a compra de casa. Agora em janeiro voltou a verificar-se uma queda mensal.
Relativamente ao crédito ao consumo, a tendência foi também de queda face a dezembro. Foram emprestados 338 milhões de euros, o que compara com os 396 milhões concedidos um mês antes. É o valor mais baixo desde julho de 2017.E este valor recuou ligeiramente (1,2%) face ao período homólogo.
Foram ainda concedidos 133 milhões de euros em créditos para outros fins, o que compara com os 182 milhões de euros emprestados em dezembro. É um mínimo desde agosto de 2014.
No acumulado, os bancos emprestaram 1.218 milhões de euros às famílias, em janeiro. No mês anterior, tinham sido concedidos 1.481 milhões de euros, no último mês do ano. Mas este valor representa um aumento de 10% face a janeiro de 2018.
Também no que toca às empresas, as novas operações de crédito recuaram face a dezembro, sendo a diminuição mais expressiva nos empréstimos às grandes empresas. As operações até um milhão de euros totalizaram 1.381 milhões de euros (1.627 milhões de euros em dezembro), enquanto as operações acima de um milhão de euros ascenderam a 918 milhões de euros (2.066 milhões de euros em dezembro).
No acumulado, os bancos concederam 2.299 milhões de euros às empresas, em janeiro, o que compara com os 3.693 milhões de euros emprestados um mês antes. É o valor mais baixo desde setembro do ano passado. E, neste caso, a queda também se verificou face ao período homólogo: 22%.
(Notícia atualizada às 11:30 com mais informação)