Notícia
Venezuela vive "dolarização informal e caótica" e uso do bolívar decai
Vários comerciantes portugueses em Caracas explicaram à Agência Lusa que, mesmo quando os preços são afixados em bolívares, os clientes tomam como referência o valor em dólares norte-americanos.
23 de Fevereiro de 2022 às 22:41
Os preços dos produtos na Venezuela estão a ser quase totalmente afixados em dólares em Caracas, apesar de o país ter o bolívar como moeda oficial, segundo dados do Observatório Venezuelano das Finanças (OVF) divulgados hoje.
Os dados do OVF indicam que 99% dos preços estão afixados em dólares e que apenas 49% dos pagamentos são efetuados em bolívares, com tendência a diminuir, como resultado da falta de confiança na moeda local.
"A dolarização é um fenómeno que ocorre quando se perde a confiança na moeda nacional. Está associada a episódios de inflação elevada e, mais frequentemente, a hiperinflação", explica o OVF no relatório Dolarização na Venezuela.
O documento explica que "não se poderia esperar outra coisa após quatro anos de hiperinflação" e, uma vez que a dolarização "se instala, é muito difícil sair dela, mesmo quando já não haja hiperinflação, porque o público desconfia da moeda nacional e demora muito tempo restaurar a credibilidade".
O relatório foi elaborado tendo por base os preços de 354 estabelecimentos comerciais, dos cinco municípios que fazem parte da Área Metropolitana de Caracas (Baruta, Chacao, El Hatillo, Libertador e Sucre).
A amostra, explica foi do tipo "rotativa, sem estabelecimentos fixos" e incluiu mercados, redes de supermercados, farmácias, lojas de ferragens, padarias, oficinas mecânicas, restaurantes e hotéis, entre outros.
Segundo o OVV "os comerciantes fixam o preço pensando em dólares norte-americanos, mesmo que possam cobrar uma parte em bolívares" e a "marcação de preços na maioria dos casos é (também) feita em bolívares devido aos regulamentos oficiais e ao receio de multas e sanções".
"Não é verdade que a utilização do bolívar como meio de pagamento tenha aumentado", sublinha.
Metade das vendas, explica, é cobrada em dólares e a metade das compras é igualmente feita em dólares, "tudo isso ocorre por entre uma dolarização informal e caótica", sublinha.
Vários comerciantes portugueses em Caracas explicaram à Agência Lusa que, mesmo quando os preços são afixados em bolívares, os clientes tomam como referência o valor em dólares norte-americanos.
Os dados do OVF indicam que 99% dos preços estão afixados em dólares e que apenas 49% dos pagamentos são efetuados em bolívares, com tendência a diminuir, como resultado da falta de confiança na moeda local.
O documento explica que "não se poderia esperar outra coisa após quatro anos de hiperinflação" e, uma vez que a dolarização "se instala, é muito difícil sair dela, mesmo quando já não haja hiperinflação, porque o público desconfia da moeda nacional e demora muito tempo restaurar a credibilidade".
O relatório foi elaborado tendo por base os preços de 354 estabelecimentos comerciais, dos cinco municípios que fazem parte da Área Metropolitana de Caracas (Baruta, Chacao, El Hatillo, Libertador e Sucre).
A amostra, explica foi do tipo "rotativa, sem estabelecimentos fixos" e incluiu mercados, redes de supermercados, farmácias, lojas de ferragens, padarias, oficinas mecânicas, restaurantes e hotéis, entre outros.
Segundo o OVV "os comerciantes fixam o preço pensando em dólares norte-americanos, mesmo que possam cobrar uma parte em bolívares" e a "marcação de preços na maioria dos casos é (também) feita em bolívares devido aos regulamentos oficiais e ao receio de multas e sanções".
"Não é verdade que a utilização do bolívar como meio de pagamento tenha aumentado", sublinha.
Metade das vendas, explica, é cobrada em dólares e a metade das compras é igualmente feita em dólares, "tudo isso ocorre por entre uma dolarização informal e caótica", sublinha.
Vários comerciantes portugueses em Caracas explicaram à Agência Lusa que, mesmo quando os preços são afixados em bolívares, os clientes tomam como referência o valor em dólares norte-americanos.