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Um ano de mínimos para o euro

2016 vai ficar marcado como um ano de surpresas, que acabaram por fragilizar a moeda única. O euro negociou em mínimos de 14 anos, aproximando-se da paridade.

Reuters
30 de Dezembro de 2016 às 18:16
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O ano foi marcado pela surpresa da vitória do "Brexit" no referendo. Apesar de o Reino Unido não pertencer à Zona Euro, a especulação em torno da desintegração da região aumentou, o que pressionou a moeda única europeia.

 

Antes disso, a expectativa em torno das políticas monetárias na Zona Euro e nos EUA pressionaram a negociação do euro. No arranque do ano, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou o alargamento do período do programa de compra de activos e o aumento do montante de 60 mil milhões para 80 mil milhões de euros.

 

A perspectiva de manutenção de uma política monetária acomodatícia, com taxas de juro em níveis historicamente baixos (0%) e um programa de compra de activos que se prolongaria acabou por ditar a queda da moeda única. Até porque do outro lado do Atlântico as perspectivas apontavam para o sentido contrário, o que se acabou por confirmar.

 

A Reserva Federal (Fed) dos EUA começou a retirada de estímulos, reduzindo progressivamente o programa de compra de activos, e terminou o ano com uma subida de juros.

 

Esta disparidade de políticas pressionou o euro, já que os investimentos realizados em dólares tornam-se mais atractivos, uma vez que têm juros mais elevados. Além disso, as previsões apontam para que 2017 seja um ano de aumento de juros nos EUA, enquanto na Zona Euro a política monetária deverá manter-se acomodatícia.

 

A marcar a negociação cambial esteve também toda a incerteza política, com o referendo em Itália, que acabou por ditar a demissão de Matteo Renzi da liderança do Executivo, a surgir como o primeiro foco de stress na Europa nos próximos meses.

 

No próximo ano, haverá eleições em França, Alemanha e Holanda. Factores que poderão ainda gerar instabilidade na região. Há mesmo quem aposte que o euro vá atingir a paridade, ou seja, recuar para um valor em torno de 1 dólar, em 2017.

 

Este ano, o euro recuou 2,9% para 1,0539 dólares, tendo chegado a negociar em mínimos de Dezembro de 2002. Este é o terceiro ano consecutivo de quedas para a moeda única contra o dólar, algo que já não desde o período terminado em 2001.

 

As estimativas dos economistas apontam para que em 2017 o euro volte a enfraquecer contra o dólar.

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