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O yuan tem espaço para voltar a cair?
Os investidores estão a aumentar as apostas na desvalorização da moeda chinesa em 2016, confiantes de que as autoridades chinesas estarão mais disponíveis para intervir no mercado cambial perante o abrandamento da economia do país.
A moeda chinesa tocou em mínimos de cinco anos esta quarta-feira, 6 de Janeiro, depois do banco central chinês ter reduzido a sua taxa de referência. Mas a correcção cambial na China já está concluída? As opções no mercado dizem que não, com os especialistas a anteciparem mais quedas em 2016.
O preço dos contratos de opções indica uma probabilidade de 79% de queda da moeda chinesa este ano, sendo que 33% das possibilidades apontam para uma desvalorização do yuan para menos sete por dólar, um valor observado em 2008, segundo a Bloomberg.
O banco central chinês cortou a taxa de referência da moeda, uma indicação que as autoridades do país poderão estar mais tolerantes em relação a desvalorizações futuras para sustentar o crescimento económico.
Esta intervenção no mercado cambial levou a divisa para mínimos de cinco anos, enquanto a diferença entre a moeda negociada livremente no mercado de Hong Kong ("offshore") e o mercado "onshore", em Xangai, atingiu um valor recorde.
"Assistimos a um crescimento explosivo de procura por opções que apostam que o yuan vai ficar mais fraco, com os clientes a procurarem protecção contra novas desvalorizações", adiantou Frank Zhang, responsável de mercado cambial da China Merchants Bank, citado pela Bloomberg. O mesmo especialista realça que "a situação não vai melhorar até que o sentimento do mercado estabilize no mercado, o que não vai acontecer nos próximos meses".
A China tem estado a reduzir as suas reservas em dólares para suportar o yuan. A China divulga esta quinta-feira, 7 de Janeiro, um relatório com as suas reservas em moeda estrangeira. As estimativas da Bloomberg antecipam uma descida destas reservas de 23 mil milhões de dólares em Dezembro.