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REN e Sonae entre as cotadas mais penalizadas pelo aumento do IRC

Segundo as estimativas dos analistas, o aumento do IRC vai significar um corte superior a 2% nos lucros da REN e da Sonae.

12 de Outubro - Bloco de Esquerda e António Costa reúnem-se. O Bloco deverá apresentar ao PS várias propostas com o objectivo de as transformar em 'Iniciativas legislativas conjuntas', abertas também ao PCP.
Miguel Baltazar/Negócios
Rita Faria afaria@negocios.pt 24 de Novembro de 2017 às 10:41

A REN e a Sonae estão entre as cotadas do PSI-20 que deverão ser mais penalizadas pela subida do último escalão da derrama estadual do IRC, dos actuais 7% para os 9%, aprovada ontem no Parlamento.

A estimativa é dos analistas do Haitong e do BPI que, em notas de análise divulgadas esta sexta-feira, 24 de Novembro, fazem as contas ao impacto deste agravamento fiscal nas cotadas portuguesas.

O Haitong antecipa que os "impactos mais significativos serão nas empresas com maior exposição a Portugal, como a REN e a Sonae, e algum grau de alavancagem". Para as outras, acrescentam, "não é muito significativo (inferior a 2%)".

Segundo os cálculos deste banco de investimento, o aumento do IRC deverá significar uma diminuição de 2,8% dos lucros da REN, e um corte de 4,1% no preço-alvo das acções, actualmente fixado em 2,80 euros. Já para o BPI, o impacto nos resultados deverá ser ligeiramente superior. "A REN é 100% exposta a Portugal e o aumento da derrama terá um impacto negativo de 3% nos lucros por acção, sem um impacto material na avaliação", referem os analistas.

No que respeita à Sonae, o Haitong estima que o aumento do IRC retire uma fatia de 2% dos lucros da retalhista e de 2,7% do preço-alvo das acções, que é actualmente de 1,18 euros.

Além da Sonae e da REN, só a Nos deverá ter um impacto superior a 2% nos seus resultados. Para o Haitong, os lucros da operadora poderão ser penalizados em 2,3%, ainda que o preço-alvo só caia 0,9%.

O BPI, pelo contrário, acredita que, para a Nos, não haverá consequências significativas, já que a empresa tem créditos fiscais que poderão mitigar o impacto. Na avaliação, porém, o corte poderá ser de 1,2%.

 

Entre as restantes cotadas da energia, o impacto estimado pelo Haitong varia entre 0,5%, no caso da EDP Renováveis, e 1,8% na Galp Energia.

Para o BCP, considerado apenas na análise do BPI, o aumento do IRC "terá um impacto negativo de 1% nas estimativas de resultados do grupo em 2018 e de 2%, depois".  

Na nota de análise, o Haitong destaca, porém, que os cálculos "excluem naturalmente quaisquer medidas que as empresas possam tomar para mitigar o impacto" da alteração fiscal.

O agravamento, que deverá gerar receitas de 70 milhões de euros, foi aprovado pelo PS acompanhando as propostas do Bloco de Esquerda e do PCP. A taxa em causa aplica-se às sociedades com lucros tributáveis acima de 35 milhões de euros, o que abrange um universo residual de entidades em Portugal. 

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