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Jerónimo Martins terá aumentado lucros com Polónia a compensar Colômbia

O efeito Páscoa penalizou a evolução das receitas na Jerónimo Martins, sendo que o forte crescimento na Polónia terá permitido um ligeiro aumento dos lucros.

Pedro Elias/Negócios
19 de Abril de 2017 às 09:40
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A Jerónimo Martins terá terminado o primeiro trimestre com um resultado líquido de 78 milhões de euros, um crescimento de 1% face aos 77 milhões de euros alcançados no período homólogo do ano passado.

 

A estimativa é do BPI, que espera um forte crescimento nas vendas da Polónia, que deverão compensar os prejuízos sofridos na Colômbia.

 

As receitas totais terão aumentado 8% para 3.656 milhões de euros, com o EBITDA a crescer 3% para 190 milhões de euros.

 

Na unidade polaca, que continua a ter o maior contributo para os resultados da empresa liderada por Pedro Soares dos Santos, as vendas comparáveis terão crescido 7,5%, uma prestação que o BPI classifica de "forte", tendo em conta que este ano a Páscoa não calhou no primeiro trimestre.

 

Comparando com o primeiro trimestre de 2015, o crescimento das vendas comparáveis da Biedronka é de 17,1%. As receitas na unidade polaca terão crescido 10,7%, com o BPI a assinalar que o aumento do investimento ("opex") na expansão da rede e nos aumentos salariais terá limitado o impacto positivo nos lucros, com as margens operacionais a permanecerem estáveis (6%).

 

Na Colômbia, a decisão da Jerónimo Martins em acelerar a sua estrutura e as movimentações cambiais deverá provocar um "aumento material" no EBITDA negativo. Na rubrica outros (onde está a operação na Colômbia) os prejuízos deverão aumentar em 11 milhões de euros, o que representa uma diluição de 13% no EBITDA e de 26% nos lucros por acção.

  

Em Portugal a actividade também foi penalizada pelo efeito calendário, pelo que as vendas comparáveis do Pingo Doce terão descido 1% no primeiro trimestre. Já o "cash & carry" Recheio terá conseguido aumentar as vendas em 1,5%, continuando a tirar partido do "forte crescimento do turismo". As margens da unidade portuguesa terão ficado estáveis (5%).

 

O aumento do "opex" deve "impedir uma alavancagem operacional na Polónia, o que em conjunto com prejuízos mais elevados na Colômbia deverá resultar um crescimento magro do lucro por acção no primeiro trimestre", referem os analistas do BPI.

 

O banco não espera alterações nesta tendência nos resultados dos próximos trimestres. O BPI assinala que a Jerónimo Martins transacciona a prémio na bolsa face às pares do sector, "gosta" do potencial de crescimento de longo prazo na Colômbia mas vê a actual cotação da empresa como elevada, tendo em conta que negoceia a 25,1 vezes os lucros por acção estimados para este ano.

 

O BPI tem uma recomendação de "neutral" para as acções da Jerónimo Martins, com um preço-alvo de 16,40 euros. As acções estão esta quarta-feira a recuar 0,18% para 16,48 euros.

 

Os resultados serão publicados na quinta-feira, 20 de Abril, depois do fecho da sessão.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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