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CaixaBI diz que a Mota-Engil pode mais do que duplicar de valor em bolsa

Os analistas do CaixaBI subiram a avaliação da Mota-Engil para 3,10 euros. A decisão tem por base a compra da EGF, venda de portos e do negócio da área logística, mas também reflecte já o aumento de capital.

O Haitong avalia as acções da Mota-Engil em 2,00 euros, o que implica um potencial de valorização 40%. A recomendação é de neutral.

O banco de investimento assinala que a Mota-Engil expandiu a sua actividade para África e América Latina, que são agora os seus mercados mais importantes. No final do primeiro semestre a construtora tinha uma carteira de encomendas de 4,6 mil milhões de euros, com a o mercado europeu a ter um peso de apenas 20%. O Haitong estima que a dívida líquida de 1,5 mil milhões de euros desça nos próximos tempos devido à venda da Ascendi. “Contudo, a companhia ainda não conseguiu atingir um crescimento orgânico no seu ‘cash flow’ de forma a mostrar que pode reduzir a alavancagem de uma forma sustentada”, refere o Haitong, assinalando que apesar do potencial de valorização, a recomendação é neutral devido à “necessidade de uma maior clareza sobre as encomendas em África”.
Bruno Simão
08 de Fevereiro de 2016 às 09:53
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O CaixaBI diz que a "Mota-Engil está a atravessar uma profunda transformação". E há margem para ganhos, para os investidores, nesse processo. Isso mesmo é demonstrado na avaliação feita pelo banco de investimento, de 3,10 euros por cada título da construtora. Na perspectiva da unidade de investimento da Caixa Geral de Depósitos, os títulos podem mais do que duplicar de valor. A recomendação é de "comprar".

"A Mota-Engil está a atravessar uma profunda transformação" devido à saída de bolsa da unidade africana da construtora, à venda de portos e do negócio da área logística, consolidação da EGF e terem à venda uma participação na Ascendi, diz a nota de análise em que o banco recuperou a avaliação da empresa. Anteriormente o "rating" estava suspenso.


Além disso, aponta o CaixaBI, "o passo na direcção de produção de electricidade no México acrescenta outra camada de complexidade significativa à analise da empresa". A geração de electricidade não foi, contudo, incluída na avaliação da empresa mas o "perfil da companhia mudou e leva-nos a aplicar um desconto de 10% visando captar a crescente complexidade da empresa".

Os especialistas consideram que a conclusão da venda dos portos e da unidade de logística "vão permitir uma redução significativa da dívida da companhia". "Se e quando uma grande parte da Ascendi for vendida, não apenas isso terá um impacto directo na redução da dívida financeira da empresa, mas a exposição total da companhia à dívida pode ser diminuída significativamente, reduzindo o risco de crédito e abrindo o caminho para uma diminuição das taxas de juro pagas" pela Mota-Engil, acrescentam. Perspectivas que os analistas consideram que vão ser "bem-recebidas" se e quando se materializarem.

Em relação ao negócio africano, o CaixaBI defende que a sua evolução tem sido "desapontante". Consideram que a "actividade da Mota-Engil na região [África Subsariana] pode ser vista como de elevado risco" que ilustra o "trade-off entre risco/retorno que ocorre em tempos adversos". Por conseguinte, dizem, a construtora está a tentar direccionar a atenção dos investidores para as melhorias do negócio na América Latina.

Os analistas explicam ainda, na nota de análise, que a recomendação "comprar" das acções da empresa liderada por Gonçalo Moura Martins (na foto) tem por base "um conjunto de estimativas conservadoras e aquilo que consideramos serem perspectivas boas de crescimento e de diversificação de negócio". Ainda assim, acrescentam, que esta recomendação tem ser comprovada pela correcta execução do plano de negócios da empresa e pela concretização das vendas que ainda estão pendentes.

As acções da empresa estão a ceder 0,36% para 1,365 euros o que face ao preço-alvo determinado pelo CaixaBI (3,10 euros) lhes confere um elevado potencial de valorização. As acções podem disparar 127% na perspectiva deste banco de investimento.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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