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CaixaBI dá potencial de valorização de 26% ao BCP após melhorar preço-alvo
O banco de investimento da Caixa reiterou a visão positiva que tem para o BCP, estimando que as acções possam chegar aos 31 cêntimos no final de 2018.
O CaixaBI elevou o preço-alvo do Banco Comercial Português, de 0,26 euros para 0,31 euros, mantendo a recomendação de "comprar".
A melhoria de 19% eleva o potencial de subida das acções para 26% (fecharam quinta-feira nos 0,2453 euros), sendo que o horizonte temporal da análise foi alargado para o final de 2018.
Numa nota de "research" publicada após o fecho da sessão de quinta-feira, o analisa André Rodrigues reafirma a "visão positiva" que tem para o banco liderado por Nuno Amado, num contexto de "aceleração da recuperação económica em Portugal", bem como à normalização das contas do banco, que "deverá prosseguir nos próximos trimestres" devido à melhoria da margem financeira e "redução gradual do custo do risco de crédito".
Para ilustrar a importância da descida deste rácio, que mede a relação entre as imparidades e o crédito total, o CaixaBI salienta que uma descida de 10 pontos base no custo do risco de crédito representa uma baixa de cerca de 48 milhões de euros nas imparidades de crédito.
André Rodrigues destaca que o principal foco da gestão do BCP está precisamente na redução dos activos problemáticos ("non-performing loans - NPE), estimando que a redução deste ano possa ficar acima de mil milhões de euros (no final do primeiro semestre situava-se nos 8,8 mil milhões de euros).
O BCP, depois de concretizar o aumento de capital de 1,33 mil milhões de euros, prometeu aos investidores que 2017 seria o "ano da transição" em direcção à normalização, sobretudo da demonstração de resultados. O CaixaBI considera que até agora a promessa está ser cumprida e a mensagem permanece "intacta".
"O banco continua a reiterar as principais metas de resultados para 2018, destacando também o cumprimento sólido do seu plano de reestruturação, que coloca o BCP entre os bancos mais eficientes da Zona Euro", salienta André Rodrigues.
Ao nível dos custos operacionais, o BCP alcançou uma "forte redução", com a queda desde 2011 a situar-se nos 40%, conseguida à custa sobretudo do fecho de agências bancárias (-25%) e corte de postos de trabalho. O CaixaBI estima que os custos do BCP continuam sob um "controlo apertado" nos próximos trimestres, com o impacto negativo da reposição salarial devido ao reembolso dos CoCo (títulos de capital contigente) ao Estado a ser compensado por outras poupanças.
Resultados melhoram no trimestre
Numa outra nota de "research", o CaixaBI estima uma melhoria nos resultados do banco no terceiro trimestre.
As previsões do banco de investimento da Caixa Geral de Depósitos apontam para lucros de 137,5 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que compara com prejuízos de 251,1 milhões de euros no mesmo período de 2016.
Tendo em conta apenas o terceiro trimestre, os lucros terão totalizado 47,6 milhões de euros, acima dos 39,8 milhões de euros dos três meses anteriores. No terceiro trimestre de 2016 o banco liderado por Nuno Amado obteve prejuízos de 53,8 milhões de euros.