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CaixaBI corta preço-alvo da Mota-Engil apesar da "estratégia ambiciosa"
A casa de investimento decidiu manter a recomendação sobre as acções da Mota-Engil em "comprar" mas cortou o preço-alvo atribuído à construtora de 2,45 euros para 2,30. Mesmo assim o CaixaBI realça a "melhoria" de perspectivas da empresa em África.
Numa nota de "research" emitida esta quinta-feira, 23 de Fevereiro, pelo CaixaBI, o banco de investimento escreve que pretende fazer reflectir a recente confirmação pela Mota-Engil da adjudicação de um contrato na Tanzânia no acompanhamento à construtora portuguesa.
Nesta análise, o banco de investimento da Caixa Geral de Depósitos (CGD) reitera a recomendação sobre os títulos da empresa em "comprar" e corta o preço-alvo de 2,45 euros para 2,30 euros, o que tendo em conta o valor de fecho na sessão bolsista de hoje de 1,611 euros confere um potencial de valorização de 42,8% às acções da construtora.
Os analistas do CaixaBI começam por notar a "melhoria" de perspectivas da empresa no mercado africano, considerando que o projecto da Tanzânia é "o primeiro sinal de uma viragem na actividade em África", atribuindo à construtora a capacidade para se posicionar como uma construtora de grandes infra-estruturas de "referência regional".
De seguida esta casa de investimento refere que a venda da Ascendi no âmbito de um acordo de 600 milhões de euros (384 milhões para a Mota-Engil e outro tanto para o Novo Banco) tem para a empresa o duplo benefício de permitir à construtora reduzir a dívida e o risco da dívida do grupo como um todo. Ainda assim, o CaixaBI nota que a Mota-Engil poderá ter de ajustar a expectativa em relação a esta alienação numa altura em que recolheu até ao momento 148 milhões de euros.
O banco de investimento faz ainda referência à manutenção de confiança relativamente aos projectos na América Latina, nomeadamente no México.
O CaixaBI conclui que o valor das acções da cotada reflectem "claramente" os efeitos decorrentes da relação entre risco e rendibilidade, considerando que a empresa é capaz tanto de atrair atenções quando os ciclos económicos são favoráveis como de se tornar menos apetecível perante condições económicas mais adversas. Como tal recorda a estratégia da construtora para minimizar esta realidade, e que consiste na monetização de parte dos seus activos e na redução do risco associado à dívida da empresa.
Além do mais, esta casa de investimento destaca como positiva a "estratégia ambiciosa" do plano até 2020 que, se concretizado, vai garantir maior valor à empresa do que aquele que o CaixaBI está neste momento a atribuir à cotada. A finalizar estes analistas sublinham que os investidores mais propensos ao risco podem começar a olhar com maior atenção para o potencial de valorização dos títulos accionistas da Mota-Engil.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.