"A Apax e os parceiros têm uma grande vantagem sobre a Altice, já que o processo nos reguladores deve ser muito mais rápido. Consequentemente, acreditamos que uma oferta com as mesmas condições da [proposta] da Altice deve ser preferida pela Oi", realçam os analistas do BPI numa nota publicada esta quarta-feira, 5 de Novembro.

A nota surge no dia em que a Bloomberg noticia que a Apax Partners estará a preparar uma oferta no valor de sete mil milhões de euros, em conjunto com a CVC Capital e a Bain, para comprar os activos da Oi em Portugal.

A confirmar-se a proposta é muito semelhante à apresentada pelos franceses da Altice. Mas, o BPI salienta que em termos de concorrência há diferenças significativas. Isto porque os franceses já actuam em Portugal através da Cabovisão e da Oni, pelo que será necessário que a Autoridade da Concorrência se pronuncie sobre a operação.

Ainda na segunda-feira, 3 de Novembro, um dia depois da Altice ter apresentado a oferta de compra dos activos da Oi em Portugal, os analistas do BPI disseram ter ficado "um pouco surpresos" por os franceses avançarem com "uma oferta de compra antes de assegurar a venda da Cabovisão, já que antecipamos que um processo de concentração entre a PT Portugal e a Cabovisão vai levar mais de um ano para que as autoridades de concorrência emitam uma decisão final. Esta linha temporal parece incompatível com os planos de consolidação da Oi no Brasil."

Já os analistas do BESI salientam a pouca informação existente sobre a eventual proposta da Apax, mas realça que uma oferta de sete mil milhões não parece representar qualquer melhoria da oferta. Ainda assim, salientam que é preciso conhecer mais detalhes uma vez que a oferta da Altice inclui perspectivas de receitas e geração de capital no futuro, pelo que o preço líquido a pagar não será de sete mil milhões de euros.

"Em qualquer caso, isto confirma a nossa expectativa de que a Oi receba várias propostas pela PT Portugal, o que pode levar a uma melhoria de preço", acrescentam os analistas do BESI.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.