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BPI: Novos certificados são “ameaça potencial à margem” dos bancos
Remuneração elevada do novo produto de poupança poderá obrigar o sector financeiro a inverter a tendência de corte de juros nos depósitos. Uma “ameaça” para banca, na perspectiva do “research” do BPI.
O Governo lançou uma nova versão dos certificados. Os “Certificados do Tesouro Poupança Mais” oferecem aos aforradores taxas de juro crescentes que chegam a 5%, mas podem subir ainda mais consoante o PIB. Juros altos que são “ameaça potencial à margem” dos bancos, diz o BPI.
“As taxas oferecidas pelo Estado ficam acima da média dos juros praticados pelos bancos nos novos depósitos (cerca de 2% acima)”, nota o “research”. Em Agosto, segundo o Banco de Portugal, a remuneração média oferecida nas aplicações até um ano caiu para 1,99%, um mínimo de quase três anos.
Este novo produto do Estado “poderá representar uma ameaça à tendência de descida dos custos com os depósitos para os bancos portugueses que poderão enfrentar uma maior concorrência destes novos produtos de retalho”, diz o analista Carlos Peixoto, no “Iberian Daily”.
“Vemos [este novo produto do Estado] como uma ameaça potencial à margem financeira dos bancos e à melhoria da rentabilidade em 2014”, diz o BPI, receando que o sector suba os juros para tentar competir com os certificados do Tesouro. A margem para subida não é muito elevada dado que “o Banco de Portugal introduziu penalizações para as taxas de oferecidas”.
As acções das cotadas do sector financeiro estão esta sexta-feira a negociar com tendência mista. O BES sobe 1,2% para 1,012 euros, o BCP cede 0,97% para 0,102 euros e o Banco BPI cai 0,84% para 1,06 euros.