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BPI: EDP mantém política de dividendo "interessante". Desalavancagem preocupa
Os analistas do BPI defendem que o nível elevado de endividamento da EDP e os riscos macroeconómicos justificam alguma cautela. O preço-alvo e a recomendação permaneceram inalterados.
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A EDP mantém uma política de remuneração accionista "interessante", apesar dos atrasos no processo de desalavancagem da eléctrica, referem os analistas do BPI. Numa nota em que manteve o preço-alvo inalterado em 3,35 euros e a recomendação em "neutral", o BPI adianta, porém, que o ambiente de incerteza económica na Ibéria justifica alguma cautela.
"A EDP apresenta uma política de dividendo interessante, risco operacional inferior ao sector e um portefófio de geração competitivo, ao mesmo tempo que a dinâmica de resultados negativa parece estar a acabar", explicam os analistas do BPI.
Apesar destes aspectos positivos, os especialistas argumentam que a "relativamente elevada alavancagem, associada à rentabilidade esticada na Ibéria e aos riscos macroeconómicos justificam alguma cautela".
A EDP é uma das empresas portuguesas mais endividadas do mercado nacional. A eléctrica tem vindo a demonstrar esforços para diminuir a sua alavancagem, mas o BPI vê alguns "atrasos" neste processo. Os analistas lembram que "depois de ter arrecadado 1,7 mil milhões de dólares com os negócios com a China Three Gorges vemos poucas fontes de ‘cash-flow’ ‘extra’".
No ano passado, a empresa, que apresenta os resultados anuais no próximo dia 3 de Março, reforçou que pretende que a dívida líquida do grupo fique abaixo dos 17 mil milhões de euros no final de 2015.
"A acção corrigiu 10% desde os máximos de Novembro de 2015 e oferece agora um potencial fundamental de 7%, justificando a nossa recomendação de 'neutral'", rematam os analistas.