A abertura do Banco CTT, que os CTT agendaram para 18 de Março, "inicia uma nova fase da empresa", diz o BPI, antecipando mais valor para os accionistas com este novo negócio da cotada liderada por Francisco Lacerda. "Poderá representar mais 0,90 euros por acção" na avaliação feita pelo banco.

Apesar desta projecção, que tem por base as metas definidas pela gestão dos CTT, o BPI "conservadoramente" mantém "a avaliação através do método da 'soma das partes'", atribuindo aos CTT um preço-alvo de 9,60 euros, 24% acima da cotação de 7,719 euros actual. Os CTT seguem a cair 0,18%.

Esta avaliação reflecte as estimativas actuais do banco de investimento, que têm em conta os resultados do último ano. Em 2015, o BPI antecipa que os CTT terão registado lucros de 67,6 milhões de euros, com 17 milhões a serem gerados no quarto trimestre do ano passado. É uma quebra de 12% face a 2014.

É esperada uma redução dos lucros, mas também do EBITDA, apesar da previsão de crescimento das receitas que "prevemos tenham aumentado 1,6%, em termos homólogos, no quarto trimestre". Esta tendência de quebra traduz o aumento do investimento feito pelos CTT na unidade que vai arrancar a 18 de Março, o Banco CTT.

Apesar do investimento, com os lucros de 2015, o BPI salienta que "a posição de liquidez deverá aumentar em 19 milhões de euros face ao trimestre anterior para 283 milhões de euros", estando garantido um dividendo mínimo de 0,47 euros por acção para os investidores. "Apesar dos maiores riscos percepcionados sobre a economia portuguesa, os CTT têm demonstrado progressos na sua estratégia, provando a resiliência dos seus fluxos de caixa", diz o BPI.

"A avaliação é atractiva", nota o banco. "Após o recente desempenho inferior aos pares [em bolsa], os CTT comparam bem em termos de múltiplos", diz o banco de investimento que o mantém na sua lista das preferidas. Recomenda, por isso, "comprar" títulos dos CTT.