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BCP vai pagar primeiro dividendo desde 2010

O banco liderado por Miguel Maya vai regressar à distribuição de lucros aos acionistas, tal como tinha anunciado que pretendia fazer. Quer entregar 10% dos lucros, o que deverá corresponder a 0,2 cêntimos por ação.

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A comissão executiva do Banco Comercial Português vai propor ao conselho de administração  que na assembleia-geral seja proposto o pagamento de um dividendo que correspondente a um "payout" de 10% dos lucros.

 

Caso seja aprovado, o banco regressa assim à política de remunerar os acionistas, o que já não acontecia desde 2010. Nesse ano pagou um dividendo de 19 cêntimos por ação, um valor que ajustado aos aumentos de capital entretanto realizados corresponde um dividendo de 8,5193 cêntimos.  

 

Por agora o BCP diz apenas que pretende apresentar uma proposta, mas não revela o valor exato do dividendo por ação.

 

O banco liderado por Miguel Maya obteve lucros de 301,1 milhões de euros o ano passado, pelo se a proposta for aprovada, irá entregar aos acionistas 30,11 milhões de euros.

Tendo em conta que o BCP tem 15,1 mil milhões de ações e o lucro por ação foi de 2 cêntimos, o dividendo a pagar aos acionistas deverá ser de 0,2 cêntimos. A este dividendo corresponde uma rendibilidade próxima de 1%. 

Dividendo traduz normalização do banco

"O dividendo de 10% é muito importante para sinalizar ao mercado a normalização do banco, mas com prudência, porque os desafios continuam a ser relevantes", notou Miguel Maya, CEO do BCP, durante a apresentação de resultados. 

 

"Aprovámos uma proposta na comissão executiva, que apresentamos ao conselho de administração", explica o presidente. Agora, a administração "vai analisar a proposta quando tiver as contas auditadas".

 

De acordo com o plano estratégico do banco, o objetivo é "convergir para um payout de 40%", notou Miguel Maya, salientando que o mais importante é a solvabilidade da instituição financeira. 

 

Quanto à aprovação da política de dividendos, o CEO diz estar "tranquilo" e "confiante" de que "não haverá um impedimento" face à proposta apresentada.

AG abriu portas ao pagamento de dividendo

Foi em novembro que o BCP passou a ter condições contabilísticas para pagar dividendos este ano. Foi nesse sentido que decidiram os acionistas da instituição financeira, ao aprovarem em assembleia-geral a reformulação contabilística que abre porta a resultados distribuíveis, uma condição essencial para que, em 2019, possa haver remuneração acionista. 

 

Na assembleia-geral de 5 de novembro, os acionistas deram luz verde ao ponto 2 da ordem de trabalhos, que previa uma alteração contabilística que abre portas aos dividendos. O voto favorável partiu de 99,85% dos acionistas presentes. Estava representado 62% do capital do banco.

Os acionistas são, de resto, aqueles que mais podem beneficiar desta decisão, que cria resultados distribuíveis suficientes à luz da situação líquida do banco, que é uma condição necessária – ainda que não suficiente – para que, este ano, possa haver dividendos relativos ao exercício de 2018.

(notícia atualizada pela última vez às 18:00)

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