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BCP deve anunciar hoje lucros mais elevados em 11 anos
Os analistas estimam que o banco liderado por Miguel Maya reporte um resultado líquido de 337 milhões de euros.
Miguel Maya deverá comunicar ao mercado que o banco que lidera encerrou o exercício de 2018 com o resultado líquido mais elevado desde 2007.
De acordo com a Bloomberg, as projeções dos bancos de investimento apontam para uma média de 337,7 milhões de euros em resultados líquidos no exercício do ano passado, o que representa um crescimento de quase 80% face ao registado em 2017 (186,4 milhões de euros).
Para encontrar um exercício com lucro superior é preciso recuar a 2007, ano em que o atual CEO ganhou protagonismo na gestão do banco pela mão do então CEO Filipe Pinhal, que substituiu Paulo Teixeira Pinto na liderança do banco após um período conturbado que ficou conhecido por verão quente.
Nesse ano, o BCP obteve lucros de 514 milhões de euros e conseguiu continuar em terreno positivo até 2010, embora sempre com lucros mais reduzidos. Com o resgate a Portugal, seguiram-se quatro anos consecutivos de prejuízos (entre 2011 e 2014), com o BCP a regressar aos lucros em 2015. Em 2016, obteve um resultado líquido de 23,9 milhões de euros e em 2017 disparou para 186,4 milhões de euros.
Tendo em conta as projeções dos analistas, em 2018 terá sido dado um novo salto, embora o BCP fique longe dos outros bancos portugueses que já apresentaram resultados (BPI, Santander Portugal e Caixa Geral de Depósitos) e mostraram números em redor dos 500 milhões de euros de lucros.
Na base de dados da Bloomberg constam nove estimativas para os resultados líquidos do BCP em 2018, que oscilam entre 299 milhões de euros e 359 milhões de euros. Destes nove bancos apenas dois são identificados (BPI e Mediobanca), sendo que constam casas de research como o Deutsche Bank, JPMorgan e Goldman Sachs. As estimativas para 2019 são mais otimistas, apontando em média para um lucro de 447 milhões de euros.
Quando a 13 de fevereiro cortou a avaliação das ações do BCP, o BPI citou as expectativas mais reduzidas para os resultados futuros para explicar a descida do preço-alvo para 0,28 euros por ação.
Miguel Maya vai apresentar os resultados de 2018 em conferência de imprensa após o fecho da sessão desta quinta-feira.