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BCP finaliza compensação de cortes salariais de 2014 com 10 milhões e não paga dividendos

BCP propõe pagar 9,97 milhões de euros aos trabalhadores, valor que ainda faltava compensar pelos cortes salariais de 2014 a 2017. Miguel Maya decidiu não distribuir dividendos relativos a 2022.

O CEO do BCP, Miguel Maya, apresentou uma subida de 50% no lucro face a 2021 mas o banco ainda não decidiu a política de dividendos.
Mariline Alves
28 de Março de 2023 às 15:29
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O BCP não vai pagar dividendos relativos ao exercício de 2022, avançou o banco nesta terça-feira.

No relatório e contas de 2022 enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a instituição financeira justifica a opção com os "potenciais impactos e incertezas associados ao atual contexto económico-financeiro e geopolítico, que recomendam especial prudência".

O banco escreve que o Conselho de Administração acrescenta que no contexto atual o foco deve estar na "consolidação dos níveis de solvabilidade como condição prévia para o restabelecimento da almejada distribuição de lucros em linha com as melhores práticas do setor bancário".

Na apresentação dos lucros de 207,5 milhões de euros registados em 2022, o CEO Miguel Maya afirmou, depois de ser questionado sobre a política de dividendos, que"num contexto de incerteza a prioridade do BCP é a proteção do capital", não tendo revelado qual seria a proposta a fazer à Assembleia Geral de acionistas.

O chairman Nuno Amado reforçou a posição do CEO, dizendo - sem apontar datas nem valores - que a intenção é retomar uma política de distribuição de dividendos "intensa".

Compensação de cortes salariais entre 2014 e 2017 finalizada

O BCP informa ainda que vai propor à Assembleia Geral a distribuição de 9,97 milhões de euros pelos trabalhadores. O montante concreto a atribuir a cada um será "fixado pela Comissão Executiva, sendo liquidado juntamente com a remuneração correspondente a junho de 2023", lê-se no documento.

Em 2019, 2020 e 2022 o banco aprovou em Assembleias Gerais "a afetação de parte dos resultados dos exercícios para distribuição por colaboradores, remanescendo um valor de 9,97 milhões de euros para perfazer o valor global acumulado".

A decisão decorre da alteração ao Acordo Coletivo de Trabalho feita em 2017 que previa que "o Conselho de Administração, nos anos seguintes ao fim da intervenção estatal, havendo resultados para tal, submeteria à Assembleia Geral de Acionistas uma proposta de distribuição de resultados pelos colaboradores que, no conjunto dos anos, permitisse a entrega de um valor global acumulado, pelo menos igual ao valor total não recebido pelos Colaboradores durante o período de redução temporária de remuneração".
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