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Wall Street escala de recorde em recorde e torna-se imprópria para quem tem vertigens
As bolsas norte-americanas encerraram em alta, com os principais índices a desbravarem terreno nunca antes pisado. A contribuir para o otimismo esteve a expectativa de que os EUA e a China assinem em breve o tão esperado acordo comercial parcial. O S&P 500 já acumula seis semanas de ganhos, algo que não acontecia há dois anos. E o Dow superou o patamar psicológico dos 28.000 pontos.
O Dow Jones fechou a sessão desta sexta-feira a somar 0,73% para 27.984,54 pontos, depois de marcar um novo máximo histórico durante o dia, nos 28.004,89 pontos.
Já o S&P 500 avançou 0,77% para 3.120,46 pontos, o mais alto valor de sempre. O Standard & Poor’s 500 marcou a sua sexta semana consecutiva de ganhos, naquela que é a mais longa série de subidas em dois anos.
O tecnológico Nasdaq Composite seguiu as pisadas dos seus congéneres e atingiu um recorde nos 8.540,83 pontos, que foi também o seu valor de fecho com uma subida de 0,73%.
Estas subidas vertiginosas, com os principais índices do outro lado do Atlântico a explorarem terreno nunca antes pisado, estão decorrem de um maior otimismo no que diz respeito à frente comercial.
Os investidores estavam a optar por uma atitude mais cautelosa, à espera de desenvolvimentos nesta frente, depois de alguns recuos recentes. Mas hoje regressaram os sinais de que a assinatura de um acordo comercial parcial (chamado de "fase um") entre os EUA e a China poderá estar para breve.
Larry Kudlow, conselheiro económico da Casa Branca, disse que as negociações entre os dois países estão a chegar à etapa final, o que animou os mercados.
Foi o suficiente para as cotadas das tecnologias, que vão buscar grande parte das receitas à China, reagirem de imediato em alta.
Destaque, neste setor, para a Applied Materials – com a fabricante de equipamento para chips a escalar perto de 9%, impulsionada também pela revisão em alta das suas estimativas para as vendas no trimestre em curso.
O maior otimismo quanto à possibilidade de um entendimento entre Washington e Pequim leva a que os investidores não tenham tanto receio dos ativos de maior risco e regressem aos mercados acionistas – em detrimento dos chamados valores-refúgio, como o ouro, as obrigações soberanas e divisas como o dólar, franco suíço e iene.
De sublinhar ainda o desempenho da luso-britânica Farfetch, liderada pelo português José Neves, que fechou a disparar 29,29% para 9,67 dólares depois de ontem reportar as contas do terceiro trimestre. Os prejuízos agravaram-se mas as vendas aumentaram 90%, o que animou os investidores.