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Wall Street em mínimos do ano e a caminho do pior Dezembro desde 1931

As bolsas norte-americanas encerraram em queda, a marcarem os níveis mais baixos do ano e a encerrarem mesmo nos valores mais baixos dos últimos 14 meses, com abalos na saúde, seguros e tecnologias. O Dow Jones e o S&P 500 estão a caminho do seu pior mês de Dezembro desde a Grande Depressão, em 1931.

Reuters
17 de Dezembro de 2018 às 21:11
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O Dow Jones fechou a sessão desta segunda-feira a cair 2,11% para 23.592,98 pontos e o Standard & Poor’s 500 recuou 2,08% para 2.545,94 pontos.

 

Por sua vez, o tecnológico Nasdaq Composite desvalorizou 2,27% para se fixar nos 6.753,73 pontos.

 

Os principais índices bolsistas do outro lado do Atlântico renovaram os mínimos do ano, atingidos em Fevereiro passado, perfurando mesmo esses níveis e tocando nos valores mais baixos dos últimos 14 meses.

 

Além dos receios em torno da desaceleração económica mundial, a que se juntam as tensões comerciais entre a China e os EUA, nesta sessão houve outros factores a influenciarem negativamente as bolsas.

 

O sector da saúde continuou a ser penalizado pelo mau desempenho da Johnson & Johnson (J&J), que já na sexta-feira tinha afundado mais de 10% após a divulgação de uma investigação da Reuters que concluiu que a empresa sabia há várias décadas que por vezes o seu pó de talco para bebé (Baby Powder) estava contaminado com amianto. A notícia continuou hoje a pressionar a J&J, que recuou 2,75% no fecho.

 

A castigar o sector da saúde e também o segurador esteve o facto de na sexta-feira um juiz federal norte-americano ter declarado inconstitucional o sistema de cobertura médica universal designado Obamacare, uma decisão saudada pelo presidente Donald Trump e contestada pela oposição democrata que promete recorrer da decisão.

 

Também as tecnologias continuaram a pesar negativamente em Wall Street, à semelhança do que tem vindo a suceder nos últimos tempos.

 

Por outro lado, os investidores revelaram prudência em vésperas da reunião de dois dias da Reserva Federal, já que se antecipa que na quarta-feira a Fed anuncie o quarto aumento dos juros deste ano mas que sinalize também o rumo que dará ao ritmo de subida das taxas de juro em 2019 (prevendo-se que abrande o número de aumentos ou que se decida até por uma pausa).

 

Esta segunda-feira, o presidente norte-americano voltou a criticar a entidade liderada por Jerome Powell pela sua política de normalização monetária. Donald Trump escreveu, num tweet, que é "incrível" que o banco central esteja a ponderar mais uma subida da taxa directora, atendendo à baixa inflação e à solidez do dólar.

 

"O mercado accionista, muito em particular, é bastante vulnerável a toda esta especulação sobre o que se passa a nível político, dentro e fora de fronteiras, sobre quem está a ‘tweetar’ o quê, e sobre o que a Fed está a pensar fazer", comentou à Bloomberg a directora de investimento da Sierra Mutual Funds, Terri Spath.

 

Além disso, o sector do retalho esteve também debilitado nesta sessão, depois de a britânica Asos ter advertido para o facto de o arranque das compras da época natalícia se ter revelado um desastre.

Também o Goldman Sachs pressionou, a cair 2,71%, depois de as autoridades malaias terem intentado um processo judicial contra o banco norte-americano e dois seus ex-funcionários no âmbito da investigação ao escândalo de corrupção e lavagem de dinheiro relacionado com o fundo estatal malaio 1MDB.

 

A contribuir para esta "tempestade perfeita" esteve ainda o facto de o analista Jeffrey Gundlach, da DoubleLine Capital, ter vindo frisar que as bolsas norte-americanas estão já em "bear market".

 

O Dow Jones e o S&P 500, que estão em fases de correcção [quando há uma queda de pelo menos 10% face ao último pico], estão a caminho do seu pior mês de Dezembro desde a Grande Depressão, em 1931, salienta a CNBC.

 

O último mínimo de fecho do S&P 500 este ano tinha sido de 2.581 pontos, tendo sido marcado em inícios de Fevereiro. Em Setembro atingiu um novo máximo histórico, mas no último trimestre tem estado a ser fortemente penalizado por um movimento de "sell-off".

 

O Dow já cai mais de 12% face ao seu máximo histórico, com as suas perdas das últimas duas sessões a superarem os 1.000 pontos. O S&P 500, por seu lado, desvaloriza 13% face ao seu máximo de sempre.

 

Estes dois índices e o Nasdaq Composite encerraram em território de correcção já na passada sexta-feira, pela primeira vez desde Março de 2016. O Russell 2000, que regista o desempenho das empresas de menor capitalização, entrou também em "mercado urso", a cair 20% face aos recentes máximos (que foram históricos).

(notícia actualizada às 21:17)

 

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