Notícia
Wall Street em mínimos de 12 semanas com atração dos investidores pelas obrigações
As bolsas do outro lado do Atlântico voltaram a encerrar em baixa, uma vez mais penalizadas pelo facto de os investidores estarem a preferir investir na dívida norte-americana.
O Dow Jones fechou a ceder 0,87%, fixando-se nos 25.126,41 pontos, e Standard & Poor’s 500 recuou 0,69% para 2.783,02 pontos – tendo chegado a cair mais de 1,3% e atingido o valor mais baixo das últimas 12 semanas.
O S&P quebrou a sua média de 200 dias pela primeira vez desde março e as 11 categorias representadas neste índice encerraram todas no vermelho.
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite perdeu 0,79% para se estabelecer nos 7.547,31 pontos.
Uma vez mais, o nervosismo em torno das tensões comerciais EUA-China, com o esperado acordo comercial entre Washington e Pequim cada vez mais demorado, pressionou fortemente as bolsas.
Foram dois os novos eventos que hoje se destacaram no âmbito deste conflito: a Huawei entregou novos documentos à justiça norte-americana no sentido de acelerar a decisão do processo que instaurou contra os Estados Unidos, enquanto as autoridades chinesas estão a estudar interromper o fornecimento a empresas norte-americanas de metais raros, essenciais ao desenvolvimento de produtos tecnológicos.
Com estas incertezas, os investidores continuam a preferir apostar menos no mercado acionista e refugiar-se em ativos considerados seguros, como é o caso da dívida norte-americana.
Esta forte aposta, sobretudo nas Obrigações do Tesouro norte-americano com vencimento a 10 anos, tem feito descer os juros – e nesta maturidade estão mesmo abaixo da "yield" da dívida a 3 meses.
Este efeito foi também observado em março passado, com esta inversão das pontas da curva de rendimentos dos títulos de dívida dos EUA a sinalizar uma recessão no país.