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Wall Street cai mais de 1% com investidores desiludidos com a Fed
A Fed cortou juros, mas pouco. E avisou que não foi necessariamente o início de um prolongado ciclo de redução da taxa diretora. Foi o suficiente para desiludir os investidores, com as bolsas do outro lado do Atlântico a inverterem de imediato para a baixa. O Dow quebrou a fasquia dos 27.000 pontos e o S&P 500 não aguentou o patamar dos 3.000 pontos.
O Dow Jones terminou a perder 1,23% para 26.864,54 pontos e o Standard & Poor’s 500 recuou 1,09% para 2.980,38 pontos.
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite desvalorizou 1,19%, para 8.175,42 pontos.
A Reserva Federal cortou a taxa dos fundos federais em 25 pontos base, o que não acontecia desde dezembro de 2008. Ou seja, há mais de uma década. No entanto, o presidente do banco central, Jerome Powell, declarou que esta descida não sinaliza necessariamente o início de um longo ciclo de queda dos juros.
Esta posição prudente da Fed dececionou os investidores, que fizeram refletir de imediato nas bolsas a sua desilusão. Os principais índices de Wall Street, que estavam a negociar em alta antes de ser anunciada a decisão (às 19:00 de Lisboa) – existindo ainda a expectativa de que o corte até poderia ser superior, na ordem dos 50 pontos base –, inverteram instantaneamente para terreno negativo.
Trump não ficou satisfeito
Quem também ficou desiludido foi o presidente norte-americano, que já reagiu com desagrado na sua rede social de eleição.
....As usual, Powell let us down, but at least he is ending quantitative tightening, which shouldn’t have started in the first place - no inflation. We are winning anyway, but I am certainly not getting much help from the Federal Reserve!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) July 31, 2019
Donald Trump escreveu na sua conta do Twitter que "Como já é habitual, Powell desiludiu-nos". Isto porque considerou que o corte de 25 pontos base foi insuficiente.
"Pelo menos está a acabar com a redução dos estímulos monetários, algo que nem sequer deveria ter começado", acrescentou o chefe da Casa Branca.
E não foi apenas a dimensão do corte da taxa dos fundos federais que desagradou a Trump. O presidente disse que "aquilo que o mercado queria ouvir de 'Jay' Powell e da Reserva Federal é que isto seria o início de um prolongado e agressivo ciclo de descida dos juros".
Apple sustenta e GE pressiona
A travar maiores perdas na negociação esteve a Apple, que fechou a ganhar 2,04% para 213,04 dólares, depois de ontem já depois do fecho das bolsas norte-americanas ter reportado as suas contas do terceiro trimestre fiscal e as estimativas para o trimestre em curso. Os números da tecnológica liderada por Tim Cook agradaram nas duas frentes.
Apesar da queda dos lucros da empresa da maçã, o valor ficou acima do esperado. Já as receitas subiram, e ficaram também acima das expectativas, além de que o "guidance" foi igualmente superior às projeções do consenso de mercado.
Do lado das descidas, destaque para a General Electric, cuja unidade de negócio da eletricidade continua a deteriorar os lucros da empresa. Ainda assim, a GE manteve as suas estimativas para 2019 em matéria de fundos de tesouraria. Mas enfrenta uma nova ameaça, decorrente da crise dos 737 Max da Boeing.
A Boeing anunciou na semana passada que está a preparar-se para suspender a produção dos modelos 737 Max se não obtiver permissão para que os seus aviões em terra possam voltar a voar ainda este ano. Isso seria um sério revés para a General Electric, que fabrica os motores para estas aeronaves, sublinha a CNN.
A GE chegou a estar a negociar em alta, mas acabou por perder o fôlego e encerrou a sessão desta quarta-feira a recuar 0,67% para 10,45 dólares.