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Violas só fica com 20.000 acções do BPI

O grupo Violas Ferreira, que detinha 39 milhões de acções do BPI, ficou com apenas 20.000 após a conclusão da OPA dos catalães do CaixaBank.

Paulo Duarte/Negócios
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No dia 8 de Fevereiro, aquando da divulgação dos resultados da oferta pública de aquisição (OPA) do CaixaBank sobre o BPI – que terminou um dia antes – já se sabia que a Violas Ferreira Financial tinha dado ordem de venda da maior parte da sua participação no banco português, mas não havia mais pormenores.

 

"Demos ordem de venda", revelou Tiago Violas Ferreira (na foto), administrador da "holding" que, com uma posição de 2,681%, era o maior accionista português do BPI. "Mas não vamos sair completamente. Vamos manter uma participação muito pequena", adiantou na ocasião o representante da VFF ao Negócios.

 

Hoje, em comunicado divulgado junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o grupo esclarece que a Violas Ferreira Financial vendeu 38.826.119 acções do BPI, enquanto o seu administrador Edgar Alves Ferreira alienou 227.273 acções, ficando o grupo com uma posição residual na instituição financeira.

 

A venda da posição da VFF resultou num encaixe de 44,02 milhões de euros e a da participação de Edgar Alves Ferreira gerou um embolso de 246.387,58 euros, refere ainda o comunicado da CMVM.

 

A posição final do grupo Violas no BPI, directa e indirectamente, ascende assim, agora, a 20.000 títulos.

 

Tiago Violas Ferreira já tinha anunciado publicamente a intenção de vender a sua posição na OPA, apesar de ter considerado baixo o preço oferecido pelo CaixaBank. A VFF chegou mesmo a pedir à CMVM que nomeasse um auditor independente que fixasse o valor da contrapartida, alegando que a oferta só pode ter sucesso porque Isabel dos Santos viabilizou a desblindagem de estatutos do BPI, depois de o banco ter proposto vender à Unitel, empresa controlada pela empresária angolana, o controlo do Banco de Fomento Angola (BFA).

 

Os Violas alegaram que a venda de 2% do BFA à Unitel por 28 milhões de euros foi uma forma de favorecer a segunda maior accionista do BPI, Isabel dos Santos [que através da Santoro vendeu agora na OPA toda a sua posição no banco], em detrimento dos restantes investidores. No entanto, como o preço da OPA do CaixaBank, 1,134 euros por acção, correspondia à cotação média ponderada do BPI nos seis meses anteriores ao fim do limite de votos do BPI – que deu o controlo do banco ao grupo catalão e tornou a oferta obrigatória –, a CMVM entendeu que o valor da contrapartida cumpria os requisitos legais.

 

Recorde-se que os resultados da oferta pública de aquisição lançada pelo CaixaBank sobre o BPI revelaram que o grupo catalão passou a controlar 84,5%.

 

O actual CEO, Fernando Ulrich, passa a "chairman", substituindo Artur Santos Silva, e na presidência executiva passará a estar o espanhol Pablo Forero. E o facto de haver uma nova gestão obriga à alteração dos estatutos do banco.

 

Por outro lado, a Lisbon Euronext decidiu que o BPI deixaria de negociar na praça lisboeta a partir de 10 de Fevereiro, ficando assim o PSI-20 com 17 cotadas até à próxima revisão, agendada para 20 de Março. A comissão gestora do PSI-20 decidiu que o BPI deixaria a carteira do índice, porque depois da OPA a liquidez daquela cotada em bolsa seria diminuta, já que o "free float" ficou reduzido a cerca de 7% (além de o CaixaBank ter reforçado para 84,5% no capital banco, a Allianz permanece com 8,43%).

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