"Estas operações vão ser uma lufada de ar fresco para a bolsa portuguesa, que sofreu com a saída de pesos-pesados como a Brisa e a Cimpor e a desvalorização acentuada das acções da banca", defende Steven Santos. O gestor da XTB considera que "os CTT e a Espírito Santo Saúde representam a entrada de novos sectores de actividade na bolsa nacional, que tem sido dominada nos últimos anos pela banca, pela energia e pela construção", pelo que deverão atrair novas classes de investidores.

O Governo pretende dispersar em bolsa 70% do capital dos CTT na primeira semana de Dezembro, uma operação aguardada com ansiedade, sobretudo após o sucesso da privatização do Royal Mail. Miguel Gomes da Silva realça que "existe apetite por novas empresas, sobretudo de sectores ainda não existentes", como os correios e a saúde. "Com o atenuar dos receios dos investidores é natural que aumente o interesse por novos activos, mais concretamente acções de novas empresas, facto que pode ser fundamental para garantir o sucesso dos IPO", conclui o responsável pela sala de mercados do Montepio.

As operações deverão gerar interesse junto de investidores particulares e institucionais, como fundos de investimento e de pensões, defendem os analistas.