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Tensões comerciais continuam a fazer mossa: saldo anual do Dow Jones já é negativo

As principais bolsas norte-americanas encerraram em baixa, pressionadas pelo intensificar de receios em torno de sucessivas retaliações por parte dos EUA e da China no que diz respeito à imposição de tarifas aduaneiras de parte a parte. O Dow Jones é a face mais visível da preocupação dos investidores em acções, tendo entrado hoje em terreno negativo no acumulado do ano.

Reuters
19 de Junho de 2018 às 21:06
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O Dow Jones encerrou a ceder 1,15% para 24.700,14 pontos e no cômputo do ano já está também no vermelho, a ceder 0,77%.

 

Já o Standard & Poor’s 500 recuou 0,40% para 2.762,57 pontos e o índice tecnológico Nasdaq Composite perdeu 0,28%, fechando a valer 7.725,59 pontos. No acumulado de 2018, ambos os índices estão ainda com saldo positivo.

 

A escalada das tensões entre Washington e Pequim, com as respectivas imposições de tarifas aduaneiras e ameaças de novas listas de produtos sobre os quais aplicar estas medidas proteccionistas, tem estado a pressionar fortemente as bolsas e outros mercados.

 

Na passada sexta-feira, a Casa Branca anunciou que a partir de 6 de Julho iria avançar com as prometidas tarifas aduaneiras sobre a entrada de produtos chineses nos EUA, num valor que ascenderá a 50 mil milhões de dólares.

 

Pequim reagiu no próprio dia e disse que iria impor tarifas adicionais de 25% sobre 659 produtos norte-americanos avaliados em 50 mil milhões de dólares. As tarifas sobre o equivalente a 34 mil milhões de dólares de produtos americanos entrarão em vigor a 6 de Julho. As tarifas sobre os restantes produtos, até que o valor atinja os 50 mil milhões de dólares, serão anunciadas mais tarde.

 

O presidente norte-americano, Donald Trump, declarou no próprio dia que decretaria medidas adicionais se Pequim retaliasse. E assim foi. Esta terça-feira, Trump ameaçou impor uma tarifa de 10% sobre o equivalente a mais 200 mil milhões de dólares em importações de produtos chineses. A China advertiu que irá reagir em conformidade (qualitativa e quantitativamente).

 

Todos estes desenvolvimentos têm deixado os investidores cada vez mais preocupados, preferindo apostar em activos-refúgio, como é o caso do ouro, da dívida norte-americana e de divisas como o franco suíço, iene e dólar.

 

Um sector que tem estado a ser penalizado nos EUA é o dos semicondutores, visto que as empresas deste segmento dependem da China para grande parte das suas receitas.

 

Também as cotadas do sector agrícola estão mais débeis, com especial relevo para quem depende da exportação de soja – que é o maior produto de exportação dos EUA para a China e que hoje chegou a afundar para mínimos de Dezembro de 2008, ao perder 5,55% para 8,58 dólares por alqueire no contrato de futuros para entrega em Julho.

 

A construtora aeronáutica Boeing, que é a maior exportadora individual dos EUA para a China, perdeu 3,84% para 341,12 dólares, tendo sido o título que mais penalizou o Dow Jones.

 

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