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Tempestade em Wall Street com tarifas de Trump e quatro subidas dos juros este ano

As bolsas norte-americanas encerraram em baixa esta quinta-feira, penalizadas sobretudo por dois factores: o anúncio de Trump sobre a imposição de tarifas alfandegárias às importações de aço e alumínio e os receios em torno do ritmo de subida das taxas directoras, num dia em que se voltou a falar de quatro aumentos este ano pela Fed.

EPA
01 de Março de 2018 às 21:12
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O Dow Jones encerrou a cair 1,68%, para se fixar nos 24.608,98 pontos, e o Standard & Poor’s 500 desvalorizou 1,33% para 2.677,67 pontos. Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite recuou 1,27% para se fixar nos 7.180,56 pontos.

 

Um dos factores que esteve a contribuir para a maré vermelha em Wall Street foi o do anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump, relativamente à imposição de tarifas sobre a importação de aço e alumínio, medida que poderá azedar as relações dos EUA com os seus aliados.

 

Trump referiu que vai assinar formalmente estas medidas na próxima semana, tendo prometido que ficarão em vigor "durante um longo período de tempo". Estas medidas comerciais visam, concretamente, a imposição de tarifas de 25% sobre a importação de aço e de 10% sobre o alumínio que entra no país.

 

O Institute for Supply Management dos EUA considerou esta medida "um grande erro". Já o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que a Europa responderá "firmemente" a quaisquer novas tarifas alfandegárias.

 

A reacção dos mercados não se fez esperar. Ao passo que as empresas da área industrial perderam terreno, as fabricantes destes metais avançaram. Foi o caso da U.S. Steel Corp, que disparou de imediato mais de 7%, e da empresa de produtos de aço Nucor Corp, que ganhou mais de 3%.

 

Também o sector automóvel esteve a penalizar Wall Street, com destaque para as perdas da Ford e da General Motors, num mercado desanimado com os seus fracos números relativos às vendas.

 

Por outro lado, mantêm-se os receios em torno do ritmo de subida dos juros nos EUA, depois de Jerome Powell, o novo presidente da Reserva Federal (Fed), ter deixado no ar a possibilidade de reforçar a normalização da política monetária.

 

Os comentários feitos na terça-feira por Powell intensificaram as apostas de que o banco central dos Estados Unidos poderá aumentar os juros quatro vezes este ano – e não três, como a Fed antecipou em Dezembro passado. E isso deverá continuar a exercer alguma pressão sobre as bolsas, com os investidores a preferirem o mercado obrigacionista em detrimento do accionista numa altura em que os juros da dívida norte-americana estão em alta.

 

Espera-se, aliás, que na reunião de Março seja já decidida uma subida da taxa dos fundos federais.

 

O facto de Powell ter falado em "mais aumentos graduais" foi ao encontro do que já tinha sido divulgado na semana passada, aquando da divulgação das actas da reunião de 30 e 31 de Janeiro da Fed.

 

Agora, esta quinta-feira, o presidente da Fed de Nova Iorque, William Dudley, declarou que está convicto de que as subidas dos juros continuarão a ser necessárias devido ao impulso do corte de impostos nos EUA e ao aumento da despesa pública federal.

 

Dudley disse que o endurecimento "gradual" da política monetária poderá significar quatro aumentos da taxa directora dos fundos federais este ano.

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