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Tem dívida do BCP? Quem quer trocar só tem até hoje
O BCP arrancou no final do mês passado com uma operação de troca de dívida por novas acções a emitir no âmbito de um aumento de capital com o qual procura reforçar os seus rácios. O prazo para aceitação da oferta termina esta terça-feira, 9 de Junho.
Tem dívida do BCP? O banco está a oferecer-se para trocar esses títulos por acções, numa operação com a qual procura obter novos fundos de forma a reforçar os seus rácios de capital. O período de aceitação da oferta, parcial e voluntária, está a chegar ao fim. Os credores que querem passar a ser "donos" da instituição já só têm até esta terça-feira, 9 de Junho, para aceitarem a proposta do banco liderado por Nuno Amado.
A decisão de avançar com uma oferta de troca de dívida foi aprovada na assembleia-geral de dia 11 de Maio, tendo o período de aceitação das propostas arrancado a 26 de Maio. "O prazo da oferta é de duas semanas e decorrerá entre as 8h30 do dia 26 de Maio de 2015 e dia 9 de Junho de 2015", aponta o comunicado enviado pelo BCP à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
O prazo acaba às 15h00. Esta é "a última hora até á qual as aceitações poderão ser recebidas", refere o banco, dirigindo-se aos detentores tanto de obrigações subordinadas, algumas delas colocadas junto de clientes, aos balcões do BCP, entre Setembro e Outubro de 2008, como a investidores que têm na sua posse instrumentos híbridos (títulos perpétuos subordinados com juros condicionais) e acções preferenciais.
Grande parte da operação deverá centrar-se nas duas emissões colocadas em Setembro e Outubro de 2008: uma com o código "PTBCLWXE0003" e a outra com o "PTBCPZOE0023". Sendo que enquanto nas acções preferenciais o banco apresenta uma proposta de troca por acções ordinárias assumindo um desconto de 40% face ao valor do investimento inicial, nestas a redução é menor: paga 92,5% do valor inicial.
Considerando o preço que o BCP está a oferecer nestas duas emissões, quem investiu 5.000 euros, receberá o equivalente a 4.625 euros em acções, menos do que o que aplicou – embora tenha recebido juros desde 2008 que compensam a perda implícita com a eventual troca. Essa perda deve ser tida em conta pelos investidores que aceitando o maior risco das acções preferem ter em mãos um activo mais líquido.
Mas além desse factor, os investidores devem também considerar se valerá a pena a troca – podem manter os títulos até à maturidade – com base na perspectiva que têm para o comportamento das acções do banco. "A decisão tem a ver com a perspectiva para a acção", afirma um analista, sublinhando que convém acreditar numa valorização de, no mínimo, o desconto aplicado pelo BCP.
O BCP está a trocar acções com um valor de 8,34 cêntimos, preço que está ligeiramente abaixo daquilo que é a actual cotação no mercado. Os títulos do banco encerraram a sessão desta segunda-feira, 8 de Junho, a 8,46 cêntimos, cada, isto depois de três sessões consecutivas de quedas acentuadas. Mas, de acordo com a média das avaliações dos analistas, de 10 cêntimos por acção, há margem de progressão no BCP.