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Tabaco e tecnologias penalizam bolsas americanas

As principais bolsas dos EUA fecharam em baixa, pressionadas sobretudo pelos apuros das tabaqueiras e das tecnológicas. A banca ganhou balanço com a subida dos juros da dívida, mas não foi suficiente para deixar Wall Street no verde.

Reuters
19 de Abril de 2018 às 21:21
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A sessão bolsista desta quinta-feira terminou no vermelho do outro lado do Atlântico, com as acções das tabaqueiras a contribuírem grandemente para a tendência, bem como os receios em torno da baixa procura de smartphones.

 

O Dow Jones terminou a sessão a recuar 0,34% para 24.664,89 pontos e o Standard & Poor’s 500 cedeu 0,57% para se fixar nos 2.693,13 pontos.

 

Por seu turno, o Nasdaq Composite desvalorizou 0,78% para 7.238,06 pontos.

 

Os dissabores da Philip Morris International – que anunciou resultados trimestrais abaixo do esperado – acabaram por arrastar todo o sector tabaqueiro para terreno negativo e puxar Wall Street para o vermelho.

 

A Philip Morris encerrou a cair 15,58% para 85,64 dólares, depois de ter chegado a afundar 17,69%.

 

O mesmo aconteceu às tecnologias, à conta sobretudo da líder Apple, que levou as cotadas do sector a recuarem.

 

A penalizar esteve a advertência da Taiwan Semiconductor, a maior fabricante mundial de microprocessadores e também fornecedora da Apple, que alertou para a fraca procura de smartphones e para a debilidade esperada no crescimento do sector este ano.

 

Estas perspectivas mais sombrias levaram a uma forte queda das cotadas do segmento dos microchips e fizeram com que a Apple fosse dos títulos que mais pressionaram nos EUA, sendo mesmo o que mais pesou na queda do Dow Jones e do Nasdaq.

 

A empresa da maçã liderada por Tim Cook fechou a cair 2,83% para 172,80 dólares.

 

Os reveses no tabaco e nas tecnologias acabaram por influenciar mais o sentimento dos investidores e ditar a direcção final das bolsas, apesar do bom desempenho da banca.

 

O sector financeiro esteve a ser sustentado pela subida dos juros da dívida norte-americana, bem como pelos resultados generalizadamente robustos que têm estado a ser apresentados pela banca – que na passada sexta-feira deu o pontapé de saída no arranque da época de divulgação das contas do primeiro trimestre.

 

"Actualmente, há uma grande obsessão pelos juros elevados", comentou à Reuters um estratega da Philadelphia Trust Company, Richard Sichel. "Os sectores apresentam-nos as suas histórias. E o financeiro está em alta porque se dá melhor num contexto de juros elevados", acrescentou.

 

Quando as "yields" sobem, os investidores preferem aplicar o seu dinheiro em obrigações, em detrimento de títulos de sectores defensivos, como os bens de primeira necessidade e o imobiliário. No entanto, a banca beneficia sempre da subida dos juros, uma vez que isso impulsiona os seus lucros.

 

Também as cotadas do sector petrolífero registaram hoje uma boa performance, numa sessão em que os preços do crude negociaram em máximos de Novembro de 2018, ainda a serem animados pela queda dos inventários nos EUA na semana passada [que se fixaram abaixo da média de cinco anos pela primeira vez desde 2014], o que revela que o excedente dos inventários desta matéria-prima está a diminuir nos EUA.

 

Além disso, os investidores estão à espera de novidades da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), cujas comissões técnica e de supervisão se reúnem hoje e amanhã na cidade saudita de Jeddah, podendo ser anunciada uma extensão do actual acordo de corte de produção. A Arábia Saudita, depois de na semana passada ter dito que visa ter o petróleo no patamar dos 80 dólares por barril, já elevou essa perspectiva para os 100 dólares, o que também animou os mercados.

 

Os investidores continuam também atentos aos desenvolvimentos no domínio das tensões comerciais e geopolíticas e também aos resultados que estão a ser apresentados, antecipando uma época de contas robustas.

 

Os analistas inquiridos pela Reuters apontam para que os lucros das empresas que integram o S&P500 tenham aumentado 18,6% no período entre Janeiro e Março, o que representa a maior subida em sete anos.

 

Das 52 empresas do S&P 500 que reportaram as suas contas até ontem, 18 de Abril, 78,8% superaram as expectativas do consenso do mercado, segundo os dados da Thomson Reuters.

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