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Acções da Soares da Costa, Mota-Engil e Teixeira Duarte triplicam em 2013 (act)
Construtoras continuam em grande destaque na bolsa portuguesa, voltando a registar fortes ganhos na sessão de hoje. O factor Angola justifica grande parte da prestação que leva as acções da Soares da Costa, Mota-Engil e Teixeira Duarte a já triplicarem de valor este ano.
As construtoras portuguesas voltaram a viver esta quarta-feira, 27 de Novembro, uma sessão de fortes ganhos, elevando a valorização anual para níveis em redor dos 200%, ou seja, já triplicaram de valor em 2013.
Na sessão de hoje a Soares da Costa foi o principal destaque, com uma subida de 21,87% para 0,39 euros, o que traduz uma subida acumulada de 200% este ano. As acções atingiram um máximo desde Janeiro de 2012.
A forte subida de hoje está relacionada com o anúncio efectuado ontem ao final da tarde, de que António Mosquito concluiu a aquisição de quase 67% da unidade de construção da empresa portuguesa.
A Mota-Engil também se destacou, com uma subida de 8,08% para 4,695 euros. Desde o início do ano as acções já sobem 199,6% e na sessão de hoje foi fixado um novo máximo desde Junho de 2008 nos 4,832 euros.
A construtora de António Mota, que está perto de voltar a valer mais de mil milhões de euros e hoje subiu um máximo de 11,46%, esteve esta quarta-feira a ser impulsionada por uma nota de “research” do BESI, que atribuiu um preço-alvo de 5,10 euros às acções da construtora, o representa uma melhoria de 41% face aos 3,60 euros anteriores.
A justificação para esta melhoria do “target” passa pela revisão das estimativas de resultados, depois da apresentação das contas relativas ao terceiro trimestre, onde se viu que o lucro subiu 50% nos primeiros nove meses do ano. As sólidas margens conseguidas em África e a melhoria das contas resultantes das operações europeias são elogiadas pelos analistas do BESI. Com as melhores estimativas para os negócios nos dois continentes, a avaliação também sobe.
Além disso, o BESI olha com perspectivas positivas para a intenção do grupo de cotar a unidade africana na Bolsa de Londres. Embora não se saiba ainda a quantidade de dívida que vai ser incluída nesta unidade nem se conheça o peso de Angola, a casa de investimento sublinha que não há activos idênticos em África - e isso poderá jogar a favor do grupo.
Embora com subidas menos expressivas, as acções da Teixeira Duarte também estiveram em evidência. Subiram 3,45% para 0,90 euros – atingiram um máximo desde Novembro de 2010 nos 0,93 euros– elevando a valorização acumulada no ano para 181,3%.
Angola e economia ajudam
A impulsionar as acções do sector poderá estar a dispersão de capital da Mota-Engil África, bem como a “estabilização” da economia portuguesa.
Pedro Lino, gestor de activos da Dif Brokers, associa a subida das cotadas portuguesas da construção Teixeira Duarte e Soares da Costa à decisão anunciada pela Mota-Engil, na passada sexta-feira.
“O facto de a Mota-Engil ter [anunciado que pretende] colocar a subsidiária para a África e América Latina no mercado em Londres deu aos investidores a expectativa de que esta entrada dará maior visibilidade” aos resultados das operações detidas nos mercados emergentes, afirmou o gestor de activos da Dif Brokers, Pedro Lino, ao Negócios. “O que acho é que os investidores estão a descontar que as outras operadoras irão seguir o mesmo caminho”, acrescentou.
Rui Bárbara, gestor de activos do Banco Carregosa, citou ainda a “estabilização” das economias do Sul da Europa, que promove a rendibilidade das empresas e sectores mais expostos ao ciclo económico, como é o caso da construção.
“Houve uma noção de estabilização da economia portuguesa e do sul da Europa que é positiva para as empresas dos sectores mais ligados à economia interna”, referiu. “As empresas mais cíclicas são as que mais beneficiam” das perspectivas menos negativas no plano macroeconómico.
(notícia actualizada às 17h00 com cotações de fecho)