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Só os espanhóis votaram a favor da saída de bolsa da Cipan

A Lusosuan, que pertence aos espanhóis da Suan Farma, paga 28,14 cêntimos por cada acção detida por investidores que não votaram a favor da perda de qualidade de sociedade aberta da Cipan. Se um auditor independente determinar um preço superior, a oferta cai.

06 de Março de 2018 às 12:22
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Apenas o principal accionista votou a favor da perda de qualidade de sociedade aberta da Cipan. Os restantes accionistas, incluindo os detentores de 122 mil acções que votaram contra a decisão, têm de receber uma contrapartida de 28,14 cêntimos. Se um auditor independente determinar um preço superior, a pedido da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a oferta não segue em frente.

 

Na assembleia-geral de accionistas desta segunda-feira, 6 de Março, foram emitidos 224.471 votos a favor da perda de qualidade de sociedade aberta que, na prática, retira a empresa do ramo da saúde de bolsa. Como a cada voto correspondem 100 acções, quer isto dizer que estão em causa 224 milhões de acções.

 

Ora, a Lusosuan, sociedade portuguesa criada pela Suan Farma para comprar a Companhia Industrial Produtora de Antibióticos, é detentora precisamente de 224 milhões de acções, que corresponde a 91,78% do capital social da Cipan. Sendo a proponente da saída de bolsa da cotada, a empresa votaria a favor da decisão que a própria propôs.

 

Porém, houve 122 votos contra a perda de qualidade de sociedade aberta da Cipan, isto é, 122 mil acções. Além disso, houve ainda perto de 566 mil títulos cujos titulares não se pronunciaram.

 

"Nos termos constantes da proposta oportunamente divulgada, a Lusosuan havia assumido o compromisso de [...] adquirir, no prazo de três meses após o deferimento pela CMVM da perda da qualidade de sociedade aberta da Cipan, as acções pertencentes aos accionistas que não votassem favoravelmente a deliberação de perda de qualidade de sociedade aberta", relembra o comunicado enviado ao regulador esta terça-feira. 

 

Por cada acção, a Lusosuan propõe-se a pagar 28,14 cêntimos que é o preço mais elevado que pagou por acções da empresa nos últimos seis meses (mais precisamente, a compra da posição que estava nas mãos dos americanos da Chartwell e que permitiram desbloquear o impasse accionista em que a empresa se encontrava, dando mais de 90% do capital aos espanhóis). Ou seja, com os votos contra, os gastos são na ordem dos 34 mil euros, mas atingem os 566 mil euros contando também os accionistas que não votaram.

 

"O referido compromisso ficou sujeito à condição resolutiva de, nos termos da legislação aplicável, ser designado auditor independente pela CMVM para determinar a contrapartida por acção que fixe um preço superior ao montante de € 0,2814 por acção da Cipan", adianta o documento.


Ou seja, se a CMVM considerar que deve haver um auditor independente a fixar a contrapartida a pagar aos accionistas que não votaram a favor da perda de qualidade de sociedade aberta, e se esse auditor determinar que o preço a pagar deve ser superior aos 28,14 cêntimos, então a Lusosuan deixa cair a proposta de perda de qualidade de sociedade aberta.

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