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Sandálias alemãs não convencem Wall Street na estreia. Birkenstock afunda 12%

A icónica marca de sandálias alemã começou esta quarta-feira a negociar em Nova Iorque a 46 dólares por ação, mas caiu nos primeiros minutos para os 40,5 dólares. Analistas justificam com contexto económico desafiante.

Fabrizio Bensch / Reuters
11 de Outubro de 2023 às 19:31
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A Birkenstock começou a negociar nos Estados Unidos esta quarta-feira com um preço de 46 dólares por ação, o valor da oferta pública inicial (IPO), mas afundou 12% logo nos primeiros minutos da sessão chegando a tocar os 40,5 dólares. Isto, num dia em que os principais índices do lado de lá do Atlântico perdem ligeiramente, com os investidores a optarem por outros ativos de menor risco.

Esta é a pior entrada de uma cotada com uma capitalização superior a mil milhões de dólares em Nova Iorque desde 2021, segundo dados compilados pela Bloomberg. A marca de sandálias alemã colocou 1,48 mil milhões de dólares em bolsa.

Aliás, das mais de 300 ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla em inglês) no último século, apenas nove registaram uma pior performance no primeiro dia de negociação.

A oferta foi colocada a um preço sensivelmente a meio do "target" que era esperado, entre 44 e 49 dólares. A Birkenstock e a L Catterton - veículo de investimento da LVMH e acionista maioritária da empresa alemã - venderam cerca de 32 milhões de ações, deixando ainda sobre a sua alçada cerca de 83% do capital da empresa.

Incluindo as ações detidas por executivos, diretores e empregados, a marca tem um valor de 8,4 mil milhões de dólares.

Segundo uma análise do New York Times, a entrada da Birkenstock em bolsa acontece numa altura desafiante, mesmo com a empresa a tentar expandir o negócio para os Estados Unidos e para a Ásia, dado que as atuais dificuldades económicas têm levado os consumidores a serem mais contidos na compra de artigos de moda.

A empresa sediada em Linz am Rhein, na região oeste da Alemanha e perto da fronteira com a Bélgica e com a Holanda, foi a última marca de calçado a entrar em bolsa. Outras companhias cotadas, como a AllBirds, Dr. Martens e a On, têm assistido a uma desvalorização desde a sua entrada em bolsa em 2021.

Marca alemã foi fundada em 1774

As raízes da marca remontam a 1774, quando o nome de Johannes Birkenstock é referido pela primeira vez. A empresa permaneceu na família até 2021, quando a L Catterton se tornou acionista maioritária, com os irmãos Christian e Alex Birkenstock a reterem uma participação minoritária, numa operação que avaliava a marca, segundo a Bloomberg, em cerca de quatro mil milhões de euros.

Desde a sua fundação, a Birkenstock tornou-se uma empresa de moda "high-end", com colaborações com marcas de luxo como a Dior, Manolo Blahnick e Valentino. As suas sandálias estão em comercialização nos Estados Unidos desde 1966 e em Portugal desde 2018, sendo produzidas cá vários anos antes.

No ano passado, a marca aumentou em 29% as receitas para cerca de 1,2 mil milhões de euros, levando a lucros ajustados de 394 milhões de euros. O filme Barbie deu um empurrão e fez aumentar as vendas depois de a protagonista ter aparecido com um par de sandálias cor-de-rosa.

A estratégia da empresa tem-se focado na construção de fábricas na Alemanha, de onde são originais, incluindo uma nova infraestrutura de 120 milhões em Pasewalk, a norte de Berlim. A marca emprega cerca de três mil pessoas e está presente em 90 países, segundo dados do Financial Times.

A cortiça usada pela empresa é proveniente, na sua maioria, de Portugal e alguns modelos são fabricados por cá, "seguindo princípios de uma tradição centenária de fabrico à mão", pode ler-se no site da marca.
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