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Recuperação da Oi leva acções da PT SGPS a atenuar perdas
As acções da PT SGPS chegaram a afundar 12% para um novo mínimo histórico, tendo recuperado até ao final da sessão, beneficiando com a subida das acções da brasileira Oi.
As acções da Portugal Telecom SGPS fecharam a cair 2,37% para 70 cêntimos, uma queda bem menos intensa do que a verificada na abertura da sessão.
Depois de dois dias suspensas de negociação, as acções da PT SGPS abriram a sessão desta terça-feira em forte queda, com um recuo de 12,27% para 62,9 cêntimos, o que representa um novo mínimo histórico.
A subida das bolsas europeias e a recuperação dos títulos da Oi permitiu à PT SGPS encetar uma tendência positiva face ao mínimo da sessão. A brasileira Oi, que ontem fechou a cair mais de 13%, estava na altura de fecho da bolsa nacional a valorizar 4,04% para 5,93 reais.
Ainda assim, num dia em que o PSI-20 ganhou mais de 2%, as acções da PT SGPS acabaram por ser pressionadas pela evolução das acções da Oi na véspera e pela incerteza sobre a venda da PT Portugal, depois de ontem os accionistas da PT SGPS terem suspendido a assembleia geral por 10 dias.
As acções da PT SGPS estiveram suspensas durante duas sessões, depois da CMVM ter determinado que a empresa teria que avançar com mais informação ao mercado sobre a venda da PT Portugal, antes da AG que decorreu ontem. A reunião de accionistas acabou por ser suspensa e a PT SGPS prometeu que essa informação vai ser fornecida ao longo desta semana. Os trabalhos da AG vão ser retomados a 22 de Janeiro, pelas 15h00, mantendo-se para já a agenda, ou seja, a deliberação sobre a venda da PT Portugal aos franceses da Altice, por parte da Oi.
A PT SGPS, que actualmente controla, directa e indirectamente, 39,73% da Oi, tem evoluído em sintonia com a tendência das acções da empresa brasileira. Se a combinação de negócios for em frente, os accionistas da PT SGPS ficarão com 25,6% da CorpCo.
Os analistas contactados ontem pelo Negócios acreditam que, no curto prazo, a PT SGPS vai manter a tendência negativa, arrastada pelas perdas da brasileira Oi e pela incerteza que será mantida até à assembleia geral de dia 22.
A decisão do adiamento da assembleia-geral "vai deixar os investidores em suspenso durante 10 dias", diz Albino Oliveira. "E o mercado não gosta de incertezas", nota o analista da Fincor.
Também Pedro Lino defende que o desempenho negativo da empresa brasileira esta segunda-feira "não é um bom presságio" para o regresso à negociação da PT SGPS. A empresa brasileira foi penalizada pelos receios dos investidores em torno da "possibilidade de reverter a fusão [com a PT], uma vez que retirados os activos da PT Portugal, a Oi fica numa situação de incumprimento iminente", defende o administrador da Dif Broker.