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PSI20 perde mais de 11% na semana com ataques aos EUA

A BVLP terminou a semana com o PSI20 a registar uma queda acumulada de 11,43%, agravando a descida registada desde Janeiro para os 37,64%, com todas as empresas a recuarem, depois dos ataques terroristas contra os Estados Unidos (EUA).

14 de Setembro de 2001 às 19:46
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A Bolsa de Valores de Lisboa e Porto (BVLP) terminou a semana com o PSI20 a registar uma queda acumulada de 11,43%, agravando a descida registada desde Janeiro para os 37,64%, com todas as empresas a recuarem, depois dos ataques terroristas contra os Estados Unidos (EUA).

O PSI20 [PSI20], principal índice da BVLP, estava nos 6.488,01 pontos no fecho da sessão de hoje, o nível de encerramento mais baixo desde Maio de 1997, enquanto o PSI30 marcava 3.030,66 pontos, depois de perder 11,05% nas últimas cinco sessões, com as suas perdas a ascenderem aos 35,44% desde o início do ano.

A semana foi marcada pelos atentados terroristas contra as cidades norte-americanas de Nova Iorque e Washington, que provocaram milhares de mortos, bem como a destruição das torres gémeas do World Trade Centre e de parte do Pentágono.

Estes atentados levaram a que as Bolsas norte-americanas não chegassem a abrir na terça-feira, sucedendo o mesmo durante os restantes dias da semana, com a reabertura dos mercados nos Estados Unidos (EUA) agendada para a próxima segunda-feira.

Os receios de recessão económica e de queda dos mercados norte-americanos arrastaram todas as principais Bolsas europeias no decorrer desta semana, com as empresas de tecnologias, media e telecomunicações (TMT) a liderarem as descidas, em conjunto com as seguradoras, devido às indemnizações a pagar na sequência dos atentados, e as companhias de transportes.

O DAX [DAX], de Frankfurt, recuou 12,99% nas últimas cinco sessões, para os 4.151,12 pontos, enquanto o CAC [CAC], de Paris, caiu 11,42% para os 3.909,49 pontos, o IBEX [IBEX], de Madrid, desceu 10,55% para os 6.911,80 pontos e o FTSE [UKX] deslizou 6,2% para os 4.755,70 pontos.

Na sessão de hoje, o PSI20 desvalorizou 4,42%, com os investidores a «derreter praticamente o papel todo», ao vender acções «a qualquer preço», na tentativa de ficarem «menos expostos ao que vai acontecer na segunda-feira, quando abrirem os mercados norte-americanos», disse um operador ao Negocios.pt.

Todos os títulos que integram o índice PSI20 terminaram a semana com perdas, com a PT Multimédia.com [PTD] a liderar as quedas, ao desvalorizar 32,84% para encerrar nos 1,35 euros (271 escudos), um próximo do mínimo histórico de 1,33 euros (267 escudos) atingido na sessão de hoje.

A Impresa [IPR] desceu 29,77% para os 1,51 euros (303 escudos), depois de anunciar esta semana que obteve prejuízos de 16,44 milhões de euros (3,3 milhões de contos), devido às quedas das receitas provenientes da publicidade e da perda de quota de mercado da estação televisiva SIC para a sua concorrente TVI, da Media Capital.

A PT Multimédia [PTM] contou-se também entre as empresas que registaram maiores descidas no PSI20, ao recuar 26,97% para os 5,55 euros (1.113 escudos), enquanto a «casa mãe» [PLTM] do grupo liderado por Murteira Nabo caiu 8,78% para os 6,34 euros (1.271 escudos).

As duas empresas apresentaram esta semana os resultados relativos ao primeiro semestre do ano, com a PT a atingir lucros de 200 milhões de euros (40,1 milhões de contos) e a PTM a registar prejuízos de 20,1 milhões de euros (4,03 milhões de contos), com o seu volume de negócios a aumentar 19%.

A Sonae.com [SNC] caiu 11,96% para os 1,71 euros (343 escudos), arrastada pelo comportamento do mercado, apesar de continuarem a circular rumores sobre a reestruturação do grupo de Belmiro de Azevedo. A Sonae SGPS [SON] terminou a semana a cotar nos 0,49 euros (98 escudos), registando uma descida acumulada de 19,67%.

A Electricidade de Portugal (EDP) [EDP], que perdeu a aquisição da espanhola Electra de Viesgo para a italiana Enel, deslizou 13,4% esta semana, para fechar hoje nos 2,52 euros (505 escudos), enquanto o Banco Comercial Português (BCP) [BCP] desvalorizou 12,94% para os 3,70 euros (742 escudos).

A empresa que menos caiu no PSI20 foi a Portucel [PTCL], que recuou 1% para os 0,90 euros (180 escudos), seguida da Brisa [BRISA], que caiu 2% para os 10,30 euros (2.065 escudos), depois dos accionistas da empresa terem aprovado esta semana, em assembleia geral (AG), a desblindagem dos estatutos da empresa, permitindo o exercício dos direitos de voto em participações superiores a 5% do capital.

A Modelo Continente [MCON], que anunciou hoje que os seus lucros aumentaram 131% para os 37 milhões de euros (7,42 milhões de contos) entre Janeiro e Junho, encerrou a negociar nos 1,11 euros (223 escudos), registando perdas acumuladas de 10,48% nas últimas cinco sessões.

A rendibilidade das Obrigações do Tesouro Português a 10 anos caiu um ponto base para os 5,15%, enquanto a do «bund» alemão recuou 4 pontos base para os 4,78% e a rendibilidade das Obrigações da Reserva norte-americana a 10 anos recuou 25 pontos base para os 4,04%.

O euro valorizou 1,44% esta semana face à divisa norte-americana, para negociar nos 0,9201 dólares, perto do máximo dos últimos seis meses atingido hoje, nos 0,9247 dólares.

O barril de «brent», ou petróleo do mar do Norte, para entrega em Novembro [CO1], ganhou 5,48% para os 29,35 dólares (32,24 euros ou 6.464 escudos). Em Nova Iorque, o barril de crude para entrega em Novembro [CL1] desvalorizou 0,75% para os 27,77 dólares (30,50 euros ou 6.115 escudos), até ao encerramento dos mercados nos EUA, na terça-feira.

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